Durão de Monte Negro Cheya Sakaita Savimbi, filho do fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, e representante da fundação com o mesmo nome, expressou a sua perplexidade e indignação com as declarações contidas na directiva n.º 02/SGP/2024, datada de 10 de Julho.
Na carta, enviada ontem a Adalberto Costa Júnior, contestavelmente as informações divulgadas pelo secretário-geral do partido do ‘Galo Negro’, Álvaro Daniel Chikwamanga, que, segundo Sakaita Savimbi, distorcem os fac- tos sobre a criação da referida fundação.
“A directiva assinada pelo senhor secretário-geral do partido transmite aos dirigentes provinciais da UNITA inverdades sobre a origem, motivações e passos concretizadores da fundação, com o único objectivo de criar confusão e manchar o bom nome do seu patrono, Dr. Jonas Malheiro Savimbi”, escreveu o filho do fundador da UNITA.
Sakaita Savimbi nega, categoricamente, a alegação de que a ideia da criação da fundação não contou com o aval da direcção do partido, agora liderado por Costa Júnior, ressaltando que foi o próprio presidente da UNITA que, em 2019, sugeriu a participação de Isaías Samakuva na coordenação do processo de criação da fundação.
Segundo Sakaita, Isaías Samakuva, antigo líder da UNITA, manteve a direcção do partido informada sobre todas as etapas do processo.
“Estamos indignados, Senhor Presidente. Conhecemos a história da UNITA e dos seus dirigentes.
Sabemos bem quem considera Jonas Malheiro Savimbi um passivo, quem pretende apenas utilizar ou instrumentalizar a UNITA fundada por Jonas Savimbi e quem preferia retirar ou ofuscar o seu nome e legado”, declarou Sakaita Savimbi, evidenciando um profundo descontentamento com a maneira como a questão foi tratada.
O filho de Savimbi afirmou que a fundação homónima, agora com personalidade jurídica própria, é uma organização social com fins filantrópicos e não deve ser utilizada em jogos políticos ou disputas partidárias.
“Pedimos encarecidamente a Vossa Excelência Senhor Presidente que nos permita honrar o nome e o legado do nosso pai em paz e dignidade”, concluiu Sakaita Savimbi.
“Sem fins políticos”
Numa conferência de imprensa para esclarecer as motivações da criação desta fundação, o coordenador-geral da Fundação Jonas Malheiro Savimbi (FJMS), Isaías Samakuva havia afirmado que a instituição tem apenas fins filantrópicos, afastando especulações, como a de que estaria a criar um novo partido político.
Isaías Samakuva realçou que a FJMS homenageia o líder fundador da UNITA e promove os seus feitos.
Na ocasião, o coordenador-geral avançou que a criação da fundação levantou “dúvidas, sentimentos de ódio e até de repulsa, em certos casos, e noutros, (de) júbilo, encorajamento e até de expectativas”, detalhando todo o processo até à legalização da fundação, concretizada em Maio, com o reconhecimento oficial em Diário da República.
A carta de Sakaita Savimbi lança uma luz sobre as tensões internas e a necessidade do reconhecimento e respeito pelo legado de seu pai dentro da UNITA.
O lançamento público da fundação está marcado para meados de Agosto, mas há ainda trabalhos administrativos por concluir, como a criação dos seus órgãos sociais.
Reunião ordinária
Hoje, terça-feira, o Comitê Permanente da Comissão Política da UNI- TA comunica que realiza a sua 9.ª reunião ordinária, que será orientada pelo presidente do partido, Adalberto Costa Júnior.
A referida reunião visa analisar a situação política, económica e social do país e a vida interna do partido.