Na sua comunicação ao PR, circunscrito naquilo a que chamou de «memorando», o governador privilegiou o sector social, com os sectores da educação, saúde, habitação, vias de comunicação a serem os mais destacados.
Pereira Alfredo salienta que, em termos de necessidade, o sector da saúde da província de que é titular do órgão de gestão precisa de 5 mil 540 técnicos, entre médicos, enfermeiros e pessoal de apoio sanitário.
As dificuldades não ficam por aí. Segundo Alfredo, Bié precisa de, para fazer face à demanda, 56 ambulâncias, mas congratulou-se com a disponibilização de dez por parte do Ministério da Saúde.
Mesmo a nível de municípios, há uma necessidade de dez ambulância – deu conta o governador. Ao longo do período 2018/2022, a província registou a construção e reabilitação de 21 unidades sanitárias, tendo Pereira Alfredo sinalizado, para sustentar a sua tese, a construção de hospitais Geral do Bié Dr. Walter Strangway, Cuito, Cuemba e outras que foram ampliadas, per- fazendo assim um total 830 camas, que têm contribuído para a melhoria de assistência médica e medicamentosa na província.
Entretanto, não obstante aquilo a que chamou de esforços empreendidos, o governador solicitou ao Presidente João Lourenço a mobilização de recursos para a construção de um hospital de nível provincial.
O governo inscreveu no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023/2024 a construção e reabilitação de vários hospitais nos municípios do Andulo, Camacupa, Catabola e Chitembo.
“Queremos que essas unidades se tornem unidades de referência, não só para servirem essas localidades, mas também as províncias circun-vizinhas”, refere. De acordo com o número «um» do Bié, o tribunal local encontra-se em estado avançado de degradação e sugeriu ao Titular do Poder Executivo que se encontre as melhores vias para se inverter o problema, enaltecendo a retoma dos vôos da TAAG que a província não recebia há mais de um ano.
A partir de 2 de Agosto – revela – vai passar haver interligação com a província do Cuando Cubango. “Queremos nos congratular com a reabilitação da missão da Chissamba. Há um hospital e prevê-se construir uma escola do ensino médio com capacidade para 20 salas de aula”, deu nota o governador, numa reunião em que participaram membros dos governos local e central, e que não faltou apelo para a construção da cadeia logística do Cunhinga.
O PIIM e as suas percentagens
O governador assegura a execução do PIIM na ordem dos 95 por cento, mas assinala a existência, no âmbito do aludido plano, de algumas obras que não foram concretizadas e, por essa razão, constituem desafios para o governo local.
Nesta senda, o governo viu-se obrigado a rescindir contratos de construção do Hospital Provincial do Bié, por alegado incumprimento da empresa contratada para a sua execução. De sorte que, em virtude disso, tenha solicitado ao PR a reestruturação do projecto, e que o enquadre numa linha de financiamento estável, a fim de que a província volte a ter um hospital de nível provincial.
“Para permitir a execução desta empreitada que, para nós, é fundamental, porque ainda temos uma demanda muito latente (a população hoje está estimada, em função do crescimento, em 2 milhões de habitantes).
Na verdade, funciona como hospital provincial, mas em condições muito precárias, dada a magnitude da reestruturação que estamos a fazer”, tendo pedido também que sejam reactivadas obras sanitárias no município de Catabola.
Em relação à educação, o governador do Bié fala de uma necessidade de construção anual de 37 escolas, para absorver 18 mil e 60 alunos, tendo defendido ainda para o sector em referência a construção de 55 laboratórios em escolas de nível médio, quando, em rigor, a necessidade em termos de professores está à volta dos 12.380.
A João Lourenço, Pereira Alfredo disse haver necessidade de se concluir as milhares de casas nas centralidades do Cuito e Andulo. No município do Cuito, segundo ilustrou, o projecto previa a construção de seis mil casas e estão disponíveis apenas metade, sugerindo, uma vez mais, a mobilização de recursos financeiros para se concluir o projecto.
“Há 18 Biés”, adverte PR Depois de ter ouvido o memorando recheado de problemas, o Presidente da República, João Lourenço, fez uma chamada de atenção, sustentando, antes de passar a palavra a titulares de departamentos ministeriais, que não se devia esquecer de que existem, em Angola, 18 Biés, na perspectiva de transmitir a ideia de que, assim como a província de Pereira Alfredo, outras províncias também se debatem por várias dificuldades. “18 províncias.
Todas com os seus problemas, e todo o mundo quer um tratamento especial. Há 18 províncias”, reitera o PR, ao afirmar que nem tudo é para ser resolvido num dia, e que os problemas hão-de ser resolvidos à medida da capacidade financeira do Governo.
“Por isso é que os orçamentos são anuais, para se ir fazendo à medida dos orçamentos anuais, os orçamentos são apenas por um ano. Portanto, nós agradecemos a informação que a província presta.
Tem sido hábito dar a palavra aos ministros para reagirem a uma ou outra questão levantada pela província. Aqui não será excepção”, concluiu o Chefe de Estado angolano, que cumpre hoje a sua segunda e última etapa de visita à província do Bié.