Cerca de 70, de pacientes com Acidentes Cardio Vasculares, oriundos de todos os municípios da província da Huila, perdem a vida anualmente no Hospital Central do Lubango “Dr. António Agostinho Neto”, revelou Maria Lina Antunes, directora do hospital.
A directora-geral desta unidade sanitária, por sinal a maior da região Sul do país, explicou que a sua equipa está preocupada com essa situação e que, em muitos casos, a doença acaba por deixar os pacientes com diversas sequelas, muitas delas irreversíveis.
A gestora hospitalar prestou esta informação na cerimónia de inauguração de duas salas construídas no âmbito da segunda fase das obras de reconstrução e requalificação do Hospital Central do Lubango, que compreende uma sala de neurocirurgia e uma sala específica para tratamento de pacientes com AVC.
“Vamos abrir uma sala nova relacionada com os AVC, que constituem a principal causa de morte no nosso Hospital. Era preciso investir nestes doentes, que são graves quando chegam nas primeiras 24 ou 48 horas”, frisou. Acrescentou que, durante este tempo, “precisam de uma vigilância mais estrita, têm de ter um acompanhamento próprio e de estar numa sala própria.
Eles são tantos que não podem ficar todos nos cuidados intensivos, por isso, tivemos de arranjar uma outra sala específica para estes atendimentos”. Maria Lina Antunes disse que, para o pleno funcionamento desta sala, foram mobilizados os melhores alunos dos cursos de fisioterapia nas escolas de formação de técnicos de saúde da província.
Um processo que foi materializado com quatro meses de ante- cedência. “Nós pedimos às escolas técnicas para que nos mandassem as pautas dos melhores alunos e escolhemos os melhores das escolas.
Fizemos entrevistas e um teste. Agora eles estão a ser acompanhados pelos seus professores e foram contratados a termo certo e serão pagos com o dinheiro das comparticipações”, detalhou.
Acidente de viação classificado como problema de saúde pública. A outra preocupação que aflige os profissionais desta unidade sanitária prende-se com os casos de traumatismo, resultante dos acidentes de viação que ocorrem um pouco por toda a província da Huíla.
No entender da directora-geral do Hospital Central do Lubango, os acidentes de viação que se registam na província da Huíla, particularmente na cidade do Lubango, já constituem um problema de saúde pública.
Foi pensando nisso que, de acordo com Maria Lina Antunes, se criou, no referido hospital, uma sala que vai atender especificamente pacientes com traumatismo, fruto dos diversos acidentes de viação que têm ceifado a vida de muitos cidadãos e deixando outros com deficiências irreversíveis.
“A primeira área é a reservada aos doentes que nós denominamos neurocríticos, que são doentes que tiveram traumas na cabeça ou traumatismos cranianos. Estão graves, mas não o suficiente para entrarem nos cuidados intensivos”, frisou, salientando que, no entanto, estes pacientes precisam ainda de vigilância intensiva.
“Então, nós arranjamos esta sala para estes doentes, onde serão bem tratados pelo pessoal especializado, com condições exigidas para as suas enfermidades”, garantiu.
Bloco Operatório preparado para atender só crianças
O Hospital Central do Lubango vai, nos próximos tempos, dispor de um Bloco Operatório, para atender cirurgias de pequena proporção, para desafogar a longa lista de espera de crianças que aguardam por uma intervenção cirúrgica naquela unidade sanitária de referência na região Sul do país.
Segundo a médica Maria Lina Antunes, está a decorrer a instalação dos equipamentos para o pleno funcionamento do referido bloco, que vai atender crianças dos 0 aos 15 anos de idade.
A responsável revelou que o apetrechamento do Bloco Operatório Pediátrico resulta de uma parceria estabelecida entre o Hospital Central do Lubango e uma Organização Não Governamental Internacional que forneceu todo o aparato técnico para o mesmo.
“Nós vamos, nos próximos dias, ter um Bloco Operatório virado totalmente para o atendimento a crianças. Está completamente equipado para a gente fazer pequenas cirurgias, não muito invasivas. Esta é uma forma que nós encontramos para reduzir as listas de espera”, revelou.