Além de Ana Joyce e Nelo de Carvalho, que farão a sua estreia a actuar no referido evento, o festival vai contar também com as actuações da artista angolana Yola Semedo (que participa do evento pela terceira vez) e dos fadistas portugueses Kátia Guerreiro, Marco Rodrigues, Sara Correia e António Pinto Bastos (os dois últimos estreiamse no festival).
Para este ano, o festival, que visa difundir o estilo fado em Angola e atrair cada vez mais apreciadores daquele estilo musical tipicamente português, vai decorrer sob lema “uma mistura de sons e um abraço de culturas”, com o propósito de ser um importante motor de interacção cultural e cooperação artística entre Angola e Portugal.
De acordo com a administradora executiva do Banco Caixa Angola e coordenadora do festival, Ana Bravo Seabra, nesta edição, o festival procura atender aos anseios do público e, por esta razão, traz em cartaz artistas que já tinham passado nas edições anteriores e que marcaram o público de um jeito muito singular e nostálgico.
“Anos após anos, no final de cada evento, nós fazemos um pequeno inquérito de satisfação e ouvimos os desejos dos espectadores e, nesta edição, procuramos atender aos anseios dos nossos espectadores e prometemos que, a par dos anos anteriores, este ano será um festival mais alegre e mais inclusivo”, disse ontem a responsável, em conferência de imprensa realizada numa das unidades hoteleiras da baixa de Luanda.
Ana Bravo Seabra destacou a participação da cantora Yola Semedo, que vai actuar no evento pela terceira vez, por ser a primeira artista angolana a abraçar o desafio de se juntar à organização em promover o fado em território angolano, tendo sido a figura de cartaz na primeira edição do festival, em 2015.
Um palco para fusão de estilos
O presidente do Conselho Executivo (PCE) do Banco Caixa Angola, João Plácido Pires, destacou a importância do festival na promoção do intercâmbio cultural e na troca de experiências entre artistas angolanos e portugueses, referindo que o evento tem propiciado janelas oportunas para que artistas angolanos bebam um pouco da cultura portuguesa e vice-versa.
Optimista e expectante, o PCE mostrou-se confiante na execução da sétima edição, que promete ser memorável e geradora de óptimos resultados no capítulo da interacção artística e intercâmbio entre os dois povos.
“Estamos confiantes de que esta edição será memorável e trará benefícios tangíveis para a organização, mas especialmente para o público, que terá momentos inesquecíveis de intercâmbio cultural”, ressaltou o PCE, em seu discurso de abertura.
Artistas expectantes e optimistas
Presente na conferência de imprensa, a cantora Yola Semedo mostrou-se expectante e entusiasmada em poder voltar a actuar no festival onde já passou por duas vezes, referindo que tem o fado como um dos estilos musicais que tanto aprecia e que também a tem inspirado na sua forma de fazer música. “Desde tenra idade, eu fui habituada a ouvir bons estilos musicais, desde jazz, blue, e o fado também faz parte.
Todas as vezes que tenho a oportunidade de fazer parte de espectáculos como este, como alguém que aprecia o estilo e vai para ouvir, eu considero especial e, por isso, sinto-me entusiasmada e expectante em voltar a me juntar a grandes fadistas portugueses e artistas angolanos, para celebrar este estilo que tanto aprecio”, disse a artista.
Por sua vez, o músico português, Marco Rodrigues, que é também director do festival, reforçou que o evento tem proporcionado um espaço único de mistura de sons e ritmos, representando a combinação de estilos musicais variados, mas que se unem com um único espírito de fado, abraçando a diversidade musical.
O fadista português afirmou que a música é uma linguagem universal carregada de especificidades que está relacionada com cada povo, cada cultura, mas que, acima de tudo, ultrapassa os limites e as barreiras das diferenças culturais, ressaltando que “a música portuguesa tem sido influenciada directamente pelas músicas populares africanas”.
“A música portuguesa é influenciada pela música africana. Acredito que o fado pode ser enriquecido pelos ritmos africanos e viceversa. Portanto, a música é uma linguagem universal, como disse a Yola, é uma linguagem universal, mas que tem uma especificidade em cada um dos povos”, re