Que análise faz do estado actual da Música Popular angolana?
Bem, se o entendimento de música popular é ou são os géneros musicais que reflectem a Cultura, os Valores e Tradições dos respectivos povos, posso afirmar-lhe com toda a segurança que, tecnicamente, a música popular em Angola, particularmente os géneros mais usados para execução pública, “deram um boom” de se lhe tirar o chapéu.
Os instrumentistas, particularmente os do sector de cordas e metais, evoluiram bastante, sem desprimor para os da percussão, do canto e dos outros profissionais do sector, como os da sinegrafia, luz, som, audio-visual, etc. Infelizmente, não podemos dizer o mesmo das letras dos nossos mais conceituados cantores, salvo muito raras excepções.
Por isso, dói ver os cantores da nossa praça em descompasso com a passada qualitativa dos instrumentistas e a cantarolarem trivialidades, banalidades desprovidas de qualquer sentido estético literário.
A música tradicional cultuada também por alguns artistas dos centros urbanos precisa de sair do folclórico-ornamental e passar a fazer parte do nosso quotidiano, normalmente.
Em Angola, as nossas manifestações de música e canto tradicionais só são lembrados aquando da visita de ocidentais, nos actos da nossa elite, para ornamentar o ambiente porque lhes parece chique, ou então no “carnaval da vergonha”.
Carnaval da Vergonha? Como assim?
Sim, isso mesmo! Carnaval da Vergonha. Um evento que tem sido organizado sem nenhum respeito pelos cidadãos.
Ouça as reivindicações dos participantes no desfile central, mesmo em Luanda, e com mais coragem veja as imagens que nos são expedidas dos desfiles oficiais das províncias e municípios, e depois as compara com as de Cabo-Verde ou Lisboa, isso para não lhe apontar outros lugares onde o assunto é tratado com mais seriedade.
Tudo isso acontece principalmente porque o Carnaval está refém de ideias retrogradas que querem impedir a sua natural evolução, com a incorporação de novas influências e tecnologias. Temos de devolver o espírito de celebração, alegria e descontração carnavalesca aos cidadãos.
O que se passa com o uso das máscaras, um dos principais adornos do Carnaval (continuam proibidas como no tempo da guerra?), e as fantasias das pessoas, onde as crianças, adultos, homens, mulheres e idosos dão azo à sua imaginação? O Carnaval não é só dançar nos desfiles oficiais e em festas de salão.
Como estamos com a investigação e a criação no âmbito da Cultura?
Pelo que sei, não há bolsas de investigação ou para criação actualmente. Se há o processo, não tem sido transparente.
Parece-me que amiúde algumas instituições estrangeiras vão oferecendo algumas, mas um país que se preze não pode fazer depender o seu desenvolvimento artístico-cultural de “esmolas” do estrangeiro.
Há que se institucionalizar um sistema transparente e mensurável de apoios individuais para a participação em eventos científicos, e para a distribuição de bolsas e prémios para criação, pesquisa e formação artística.
Qual é percepção que tem do mercado angolano em termos de rentabilidade da produção discográfica?
O disco já não é um negócio rentável. E isso não é só no mercado angolano. O CD chegou ao fim. Com a entrada em força das novas tecnologias de informação e comunicação na produção, divulgação e distribuição da música, o CD deixou de ter utilidade.
Até porque, mesmo em Luanda, a música é já praticamente exclusiva e difundida através dos telemóveis, com e sem ‘net’, dos computadores, assim como as viaturas já não trazem sequer a ranhura para o CD. Portanto, o CD tornou-se economicamente inviável. Os países do primeiro mundo já vivem essa realidade há alguns bons anos.
Sobre a Protecção dos Direitos de Autor e Conexos, e da Protecção da Propriedade Intelectual, qual é a percepção que faz, assim como o Serviço Nacional dos Direitos de Autores e Conexos (SENADIAC) actualmente?
Estamos fartos de gritar que os dois direitos são distintos, mas o Ministério da Cultura (MINCULT) teima em juntá-los.
Já publicámos matérias sobre o assunto: o Direito de Autor protege especificamente obras criativas, a Propriedade Intelectual protege patentes, marcas registadas e segredos comerciais.
Como vemos, o assunto da segunda parte nada tem a ver com a Cultura, mas com o Ministério da Indústria, Comércio e afins.
Entretanto, se em Angola essas responsabilidades passaram para a Cultura, às ENGs (a UNAC e a SADIA, no nosso caso), que devem ser certificadas pela CISAC (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores), não podem ser atribuídas essas responsabilidades, por saírem do seu escopo natural.
Como assim (…)?
O Sistema de Gestão dos Direitos de Autor em Angola anda numa confusão de bradar aos céus. Para tratarmos desse assunto, que é essencialmente privado, temos o MINCULT, o SENADIAC, o AUDAC, a UNAC-SA e a SADIA, e no fim da linha não temos um sistema eficaz e eficiente: continuamos com a Lei dos Direitos de Autor mutilada, não há Regulamentos de Distribuição de Direitos de Autor e Conexos digno deste nome; não há tabelas de cobrança sobre exibição pública abrangente a todas as disciplinas artísticas (música, dança, teatro, cinema, etc), o exercício administrativo das EGCs não é público, apesar da exigência legal, não sabemos como sao distribuídos os dinheiros arrecadados, nem quem paga e como paga, incluindo os Grandes Usuários (Rádios, TVs, Aviação Comercial, Lojas De Grande Superfície, Campos de Futebol, etc.
Dá para imaginar o tipo de cobrança e distribuição que está a acontecer! É preciso menos Estado e mais detentores de direitos na Gestão dos Direitos de Autor em Angola.
O Estado tem apenas de apoiar e fiscalizar, de modo a garantir o funcionamento democrático dessas instituições.
Para responder mais directamente a tua pergunta, digo-lhe que há necessidade de se fazer um upgrade da Lei de Direito de Autor e Conexos de modo a torná-la mais eficaz, eficiente e abrangente.
Fala também de uma certa “bagunçaria” comissionada pelo Mincult no que a Gestão dos Directos de Autores se refere. Queira comentar?
Vá ver como e a quem distribuem direitos, a base de cálculo, a eleição dos beneficiários, critérios… e já agora também pergunte como é possível que um detentor de direitos pode estar inscrito em mais de uma EGC simultaneamente e no mesmo país.
E tudo isso acontece com descaso do MINCULT. Que avaliação faz dos custos de produção musical e de espectáculos no país actualmente?
Insustentáveis. Com o mercado a disparar em todos os sentidos, por arrasto ficou tudo muito caro. Do artista às infra-estruturas culturais de apoio.
Daí os preços proibitivos dos poucos espectáculos que acontecem em Luanda, e o afrouxamento na gravação de álbuns, se compararmos com os tempos áureos da LS Produções.
Que comentários faz sobre a recorrente expressão “Música dos Kotas”?
Kota significa mais velho, e pode também ser tratamento de carinho ou chacota, dependendo das circunstâncias e enquadramento. Independentemente da idade, por regra, os artistas são tratados apenas pelo nome e algumas vezes pelo título que conquistam como artista, como por exemplo: “Elias dya Kimuezu” ou “Rei Elias dya Kimuezu”, e nunca em palco ou numa entrevista como “kota Elias dya Kimuezu”, “Senhor Elias dya Kimuezu” ou “Mais Velho Elias dya Kimuezu”.
É esta a ética internacional!Acontece que por cá, com a ajuda da mídia (onde a deontologia profissional é ainda um assunto para a companheira Luísa Rogério), jovens propulsores dos géneros estrangeiros ou híbridos, tentando driblar tudo e todos, passaram a rotular genérica e “carinhosamente” de música dos kotas pacotes (Mixstaps) de música popular ou tradicional angolana (misturando com alguma estrangeira de outros tempos), independentemente da idade dos intérpretes.
Os pacotes envenenados alegraram os kotas e afastaram os jovens e as crianças que se balancearam para outros géneros estrangeiros como afrobeats nigerianos, kwaito sul-africano, funk brasileiro e o rap americano, entre outros.
Vi uma criança chorar por lhe pedirem para cantar uma música em kimbundu, na festa da escola, porque iria sofrer bullying – dizia – por cantar música dos kotas. Alguém tem de cuidar da educação artístico-cultural dos cidadãos. Uma alma lavada é mais útil que um pacto lavrado!
“Continuamos com a Lei dos Direitos de Autor mutilada”
Como considera a relação entre músicos das duas gerações?
Bem, eu já não faço uma vida artística activa, mas, pelo o que me é dado a ver, parece-me que o artifício que foi introduzido no mercado artístico musical para dividir os artistas em velhos e novos parece estar a esbater-se entre os instrumentistas. A composição das Bandas transmitem-nos exactamente isso.
Todavia, parece-me que essa discriminação continua nos cantores. É muito triste ver espectáculos preenchidos com músicas de artistas ainda vivos e em forma, interpretados por outros artistas só pelo facto de serem mais novos e estarem na moda.
Isso dói, e é por isso que o funcionamento correcto das EGCs é um assunto de interesse do Estado para que, pelo menos, se passe a compensar financeiramente os artistas nessa situação, restando ainda por seresolver os efeitos morais avassaladores.
De resto, dividir os artistas entre velhos e novos é simplesmente contraproducente, para além de outras considerações de ordem jurídica e moral.
Quais são os factores que concorrem para o abandono de exímios executantes do Semba e de outros estilos musicais do país?
A carestia de vida devido à falta de trabalho, meu caro. A vida artística é intermitente e, às vezes, sazonal.
A desestruturação do mercado artístico não ajuda e tudo se complica ainda mais, no nosso país, com os problemas de ordem subjectiva que subjazem a montante e a jusante.
Como são tratadas as nossas Lendas, os nossos ícones da Música?
Como tenho dito, é ingrata a Nação que não cuida das suas lendas. Parece que se começou a pensar no assunto.
É pena que atacaram só o sector do desporto e não sei se de forma global, se formam para além dos prémios de jogo e acautelaram o mérito pelo conjunto da obra.
Há gente que, pelo que fizeram à pátria, nos mais diversos domínios, o Estado vê-se na obrigação de cuidar deles de forma digna. Não é com os insultuosos vinte paus que mimam o antigo combatente e veterano de guerra, né?!
Que comentários faz sobre a política cultural no país?
A Constituição é peremptória! Todos somos iguais perante a Lei e Todos gozamos dos direitos, das liberdades e das garantias constitucionalmente consagrados.
Nos últimos anos, o Executivo tem feito uma aposta muito forte na diversificação da economia e na melhoria do ambiente de negócios, tendo actualmente o PRODESI como um dos principais suportes para essa empreitada.
O Plano de Desenvolvimento Nacional – PDN 2018-2022, que marcou a cadência até aqui, reconhece que a economia angolana registou mudanças estruturais significativas tendo o seu Sistema Financeiro se desenvolvido acentuadamente.
Todos esses esforços respondem directamente a objectivos estratégicos de um programa de desenvolvimento de longo prazo para Angola, denominado ELP Angola 2025, com extensão até 2050.
Já em 2015, no contexto das Nações Unidas e lado a lado com quase todos os países do Mundo, Angola subscreveu a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que definiu as prioridades e aspirações no horizonte de 15 anos.
Angola também subscreveu a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, “Transformar o nosso mundo”, que constitui uma visão comum de 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver as 55 necessidades das pessoas, quer nos países em desenvolvimento, quer nos países desenvolvidos.
Todos esses Programas demonstraram-se incapazes de promover o desenvolvimento harmonioso e sustentado, em todo o território nacional, do património histórico, cultural e artístico nacional , “ferindo de morte” a nossa Constituição, neste quesito.
Por isso o senhor advoga uma Revolução Cultural?
Sim, através de um Programa integrado de reorientação e revitalização sustentável da actividade artístico-cultural em todo o País.
Um Programa suprapartidário, de Estado, de médio prazo, que reflectirá uma teia de complexos interesses e desejos artístico-culturais, com a estabilidade e robustez capazes de enfrentar e vencer as eventuais ameaças conjunturais resultantes de ciclos políticos de governação.
Os níveis de fruição à actividade artística em Angola são actualmente inaceitáveis, concomitantemente frustrante para os artistas e trabalhadores da cultura, e mórbida para a qualidade de vida dos nossos concidadãos.
Por isso, parece-nos mister que todos devamos contribuir para que, no mínimo, se mitigue tal situação. O Estado nos seus documentos reitores não se cansa de afirmar que prossegue a Unidade e a Coesão Nacional, promovendo a paz e a angolanidade; o desenvolvimento humano e o bem-estar dos angolanos; a erradicação da fome e da pobreza; o desenvolvimento equitativo sustentável, o desenvolvimento económico, com estabilidade macroeconómica e diversidade estrutural; o desenvolvimento harmonioso do território nacional, enfim… de garantir a defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos.
A cultura, por erro de estratégia, não tem usufruída da necessária atenção por parte dos sucessivos governos, daí a inaceitável e confrangedora pobreza, desemprego e de falta de dignidade nas hostes da classe artística e do trabalhador do entretenimento.
Que comentários se lhe oferece fazer sobre o ambiente e mercado artístico-cultural do país?
O ambiente e mercado artísticocultural estão totalmente desestruturados. Não podemos falar de uma saudável participação da Cultura no reforço da unidade e coesão da nação.
A acção cultural no país, os nossos valores culturais regionais e ancestrais estão voltados ao abandono, numa contraproducente improvisação. A participação da iniciativa privada não é acarinhada nem incentivada. Da sociedade civil.
“O ambiente e mercado artístico-cultural estãototalmente desestruturados”
vil idem aspas. O Estado neste quesito teima em querer ser o árbitro e jogador ao mesmo tempo, em prejuízo da plena organização da actividade lúdica em todo o país, e da participação da cultura no esforço de reconstrução económica e de promoção do bem-estar social.
Para responder às expectativas dos cidadãos, os compromissos do Estado e garantir os recursos necessários, advogamos a aprovação de um programa integrado de reorientação e revitalização sustentável da actividade artístico-cultural em todo o país que, na sua implementação prática, transcende o Ministério da Cultura e clama pelo envolvimento de outros departamentos ministeriais.
Um programa que reafirma o papel indutor e fomentador do Estado, sem equívocos, e abraça descomplexadamente a iniciativa privada e o terceiro sector da economia, transformando-os em parceiros privilegiados de facto e de júri, e como os protagonistas para a introdução de novos paradigmas que nos ajudem a pensar e fazer cultura em Angola de modo diferente.
Foi durante algum tempo secretário-geral da UNAC-SA. Como encarou este período de gestão e que experiência obteve?
É verdade. Foi interessante, pois que foi nesse mandato que desluandizamos a UNAC; conseguimos introduzir muitos artistas na Segurança Social, tirando centenas deles, já mais velhos, da penúria total; criamos a Carteira Profissional de Artista e criamos a documentação competente para sua promulgação em Decreto Conjunto do Executivo; recuperamos a qualidade de Entidade de Gestão Colectiva de Direitos de Autor e Conexos da UNAC e elaboramos a documentação competente para o exercício desse desiderato, assim é que demos início a actividade de cobrança no Huambo, Benguela, Cabinda, Cuanza-Sul e Luanda; fomos admitidos como membros da CISAC e estabelecemos acordos com várias EGCs pelo mundo; realizamos, em Luanda, a Assembleia da Federação Africana dos Direitos de Autor, com a participação de dezenas de EGCs africanas e a Direcção internacional da CISAC.
Enfim, foi até de certo modo edificante para mim, pessoalmente, sem falar dos ganhos da Organização e da Classe.
Falemos agora do projecto PROCULT ANGOLA do qual o senhor é presidente. O que nos tem a dizer?
A PRO-CULT ANGOLA, “Organização Angolana para a Promoção de Incentivos ao Investimento Privado no Sector da Cultura”, é uma Organização Não Governamental angolana, de direito privado, e de interesse público, criada por pessoas individuais e colectivas interessadas no fomento do investimento privado no sector da cultura, em Angola. Tem sede em Luanda e represetações em Portugal, França, Espanha, Suiça, USA, Brasil, Turquia, Canadá e Itália.
Bem, nós viemos dum parto dificil, nascemos nas vésperas da COVID 19. Contudo, passado esse arreliante período, metemo-nos em campo.
Conquistamos a simpatia de algumas embaixadas e iniciamos as relaçoes de trabalho com os parceiros internos. Elaboramos projectos, tendo algumas ideias sido roubadas…
Quem roubou essas ideias?
Acho que não vale a pena atirar mais chamas à fogueira… Elaboramos projectos, apresentamos a quem de direito, mas, infelizmente, tudo ficou por alguns encontros de circunstância, porque as audiências solicitadas com os decisores nem resposta mereceram.
Sentimos que nos queriam reduzir a organizadores de coisas menores e isso não aceitamos e decidimos hibernar! Esperar por melhores momentos.
Queremos participar de modo sério, substantivo num processo que leve à promoção e valorização da Cultura Nacional.
Falemos agora sobre a sua carreira artística. Como se define social e culturalmente?
Como um indivíduo da classe média em descida vertiginosa para um escalão mais pobre. Aculturado, de origem Bakongo, profundamente marcado pela cultura kimbundu, uma vez que nasci na maternidade de Luanda e cresci no Marçal, com passagens meteóricas pelo Sambila, Rangel e BO.
Quando e como enveredou para a música?
Aos 13/14 anos, numa turma de miúdos do meu bairro, no Marçal. O grupo chamava-se Os Morenos. Tocava tambores (dois tambores).
E esse desvio para a guitarra, como se deu?
Na minha curta passagem pelo Sambila, alinhei-me também num outro grupo de adolescentes, mas menos expressivo que o do Marçal.
Com os Morenos, fui muitas vezes ao Ngola Cine, em anversários, e ao espaço cultural do Gouveia, que era, na altura, o nosso Olympia, no Marçal.
Ao ver-me tocar tambores, o Man Caida, o irmão mais velho do falecido Ginguma, que foi morto no 27 de Maio, disse-me que eu devia tocar guitarra porque tinha pinta.
Dito e feito dois/três anos depois, estava eu a aprender a tocar viola com o Mestre Indio, irmão mais velho do Brando dos Kiezos.
Depois é o que já se sabe, passei como guitarra pelo África Ritmo (primeiro como ritmo e depois acidentalmente promovido a solista), Africa Show e Kissanguela.
Artista com quem conviveu ou partilhou o palco?
Acho que a mais importante figura foi o Duo Ouro Negro, no Cine Avis, no auge da sua carreira, ainda durante a era colonial. Eu já no Africa Show entretanto.
Não convivi, mas, por força da minha actividade, contactei com mais ou menos intensidade os mais famosos artistas da era colonial dos anos 70.
Havia uma selecção natural, cada qual no seu espaço. Havia sítios e salões que determinados grupos não tinham acesso, mas não havia nenhuma determinação administrativa. Na era colonial podíamos estar juntos, mas não nos misturávamos! A famosa estratificação social.
Quais foram as suas fontes de inspiração?
Duia e Marito dos Kiezos, mas herdei algumas coisas do meu mestre, como o swingue nas terminações.
Projectos de concertos, tournés e outros?
Tenho alguns pensamentos, mas não os posso tornar público, por enquanto, o que é dado assente é que o Nito artista dos palcos está de férias.
De momento mesmo- é só trabalho de gravação de maquetes no meu home studio e partilhar.
E então para quando as gravações a sério com grandes bandas e nomes?
Quando Deus quiser!