Mário Nascimento explicou que o papel dos bancos passa pela conservação dos recursos naturais, promoção de energia limpa, contribuição para a redução de emissões de carbono, através de financiamentos de projectos que visam beneficiar o ambiente.
Ao discursar durante a abertura da II Conferência sobre a Sustentabilidade na Banca, que teve como tema “Navegando na Complexa Agenda da Sustentabilidade”, o responsável pela ABANC disse que a questão se enquadra no âmbito da discussão sobre a governação dos bancos em prol da vida social, ambiental, com o objectivo de construir um melhor entendimento.
Para Mário Nascimento, a ABANC procura, com a realização de reuniões, aumentar a compreensão, reforçar, promover oportunidades, fomentar colaboração entre instituições bancárias envolvidas, para a efectivação da importância dos princípios das ESG.
O ESG é um sigla em inglês, que significa práticas ambientais, sociais e de governança corporativa e de investimento, que se preocupam com critérios de sustentabilidade, assunto que vem ganhando cada vez mais relevância no sector financeiro.
O responsável da ABANC refere que as boas práticas de governança envolvem a transparência, ética e a responsabilidade na gestão corporativa, tendo sublinhado o facto de o ESG constituir uma necessidade imperativa para o futuro de uma banca.
Relativamente ao estado de funcionamento dos vários bancos, bem como suas pretensões de despedimentos, tornado a público, Mário Nascimento admitiu haver um processo restruturação no sector bancário, reconhecendo não ser boa notícia o facto do afastamento de profissionais da área.
“É sempre uma má notícia quando temos despedimentos no sector, mas dar nota que este é um processo da própria estruturação dos bancos, o sector bancário está a se tornar mais sólido, resiliente, eficiente e mais competitivo, e é claro que este processo acaba de sofrer alguns pontos que são situações negativas, que fazem com que as instituições trabalhem com menos, afectando o recurso humano”, avançou.
A situação, conforme o representante da ABANC, não implica que os bancos em si sejam menos sustentáveis, tem a ver apenas com o processo normal de transformação.
Em representação da ministra do Ambiente, o Secretário de Estado do sector, Yuri Valter de Sousa Santos, destacou a responsabilidade da banca e o seu papel para a construção de um futuro mais sustentável.
Para o governante, o mundo hoje vive momentos de desafios, uma vez que se exige da natureza muito mais do que ela tem a oferecer, com sinais visíveis, como inundações, incêndios e outros fenómenos que resultam em perdas humanas.
Estes impactos, segundo o secretário de Estado, afectam as comunidades, provocando riscos consideráveis para as instituições financeiras, daí ser necessário a banca abraçar os desafios para a sustentabilidade da economia.
Por: Adelino Kamongua