Em declarações à imprensa, momentos depois de ter sido recebido, em audiência, pelo governador de Benguela, o soberano manifestou-se preocupado com os valores morais, éticos e culturais que, na sua óptica, se vêm perdendo de um tempo para cá, tendo apontado a falta de prática da língua materna como aquela que se está a perder.
De tal modo que tenha assegurado contactos bastante avançados com vários especialistas tendentes à criação de uma universidade de oralidade tradicional.
Outros aspectos culturais aflorados por Tchongonga, no contacto com jornalistas à saída da audiência, têm que ver com a necessidade de resgate da gastronomia natural, medicina, artes e vestes típicas.
“Como sabe, o Reino do Bailundo está realmente engajado nisto e que, em Setembro, vaise fazer da oralidade dentro do Reino do Bailundo.
E acreditamos que é o caminho certo para unir este país de Cabinda ao Cunene, do mar ao leste”, sublinha, ao sinalizar, pois, que, com a instituição prestes a ser criada, se quer cumprir as profecias dos nossos ancestrais “e que um deles é o primeiro Presidente Doutor Agostinho Neto”, acentua.
Por essa altura, o soberano assegura trabalho naquilo a que o soberano do Bailundo chama de pacote completo tendente, fundamentalmente, à implantação da “Universidade sobre Oralidade” de que falou. Ele garante ter todas as condições objectivas criadas.
Não avança mais pormenores, prometendo fazê-lo a breve trecho, estando, por ora, em curso o ensaio de um conselho de sábios, composto por, de entre outros, psicólogos, historiadores e antropólogos, no intuito de trazer de volta a nossa identidade cultural, por via de uma universidade de oralidade tradicional.
Encontro com académicos
Recentemente, o rei do Bailundo esteve em Benguela a convite de um instituto superior politécnico de Benguela para participar numa conferência na qual abordou, justamente, a questão relativa aos valores culturais e a necessidade de se praticar as línguas bantu, que, na visão do soberano do Bailundo, radicado na província do Huambo, se fala pouco.
Resumidamente, disse ter transmitido a estudantes, docentes universitários e sociedade civil aspectos relacionados, fundamentalmente, que o seu reino está engajado na materialização de quatro pilares fundamentais, designadamente resgaste, preservação, valorização e a divulgação da nossa identidade cultural.
“A cultura é o ponto de partida e nós precisamos trazer de volta os nossos hábitos e costumes e nossas tradições.
E a nossa juventude hoje precisa de saber o que os nossos ancestrais faziam para unir o povo angolano. Naturalmente, essa é abordagem que nós trazemos para essa instituição”, argumenta.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela