Ar e s p o n s á v e l do centro materno-infantil Santa Maria, no bairro Morro Bento, distrito urbano da Samba, município de Luanda, Aracel Penha, disse que a equipa médica do centro que dirige só consegue atender à demanda graças à dedicação e ao esforço assumidos.
“Aqui nós elegemos o amor ao próximo como o carisma do trabalho, então, redobramos o esforço, para que cada técnico represente dois, porque a demanda é maior e só assim temos conseguido atender todos que, diariamente, procuram os nossos serviços”, declarou a missionária católica.
Aracel Penha, para quem o lema evocado constitui um compromisso colectivo, o seu estabelecimento de saúde possui apenas dez enfermeiros e um médico, que, diariamente, têm de atender entre 120 e 140 pacientes.
“Por dia, atendemos 140 pacientes, mas é preciso sublinhar que todas as pessoas que vierem depois dessa cifra, nós as atendemos, porque o centro maternoinfantil deixou de ter um número fixo de atendimento diário”, salientou a responsável.
A freira da congregação das Franciscanas Missionárias da Natividade de Nossa Senhora gostaria de ter, pelo menos, um médico de pediatria e outro de obstetrícia ou ginecologia, a fim de reforçar os serviços dessas áreas.
“Porque, agora, além de gente de bairros próximos, como os da Corimba, do Morro Bento, Gamek e Talatona, aqui já vem populares dos longínquos subúrbios do Benfica, Futungo, Mundial e Macuia’’.
Os enfermeiros aí destacados, fruto de um convénio que Aracel Penha assegura terem com o Ministério da Saúde, demonstram satisfação no compromisso assumido a favor da qualidade de saúde das referidas comunidades.
“Se não virmos a nossa extensão no outro, não seremos nós”, diziam, quando fossem de um a outro lado. Embora a reportagem de OPAÍS da manhã de Quinta-feira, 20, tenha decorrido no momento em que o atendimento dos pacientes se requeria ininterrupto, um e outro enfermeiros tocavam na necessidade de apoio de fármacos.
Neste sentido, a Irmã Aracel Penha assegurou que ela e a sua equipa de trabalho facilitam a aquisição de fármacos que possuem a partir da farmácia do centro, por preços relativamente baratos, se comparados com os de fora.
Embora não tenha avançado preços, a missionária informou que tiveram de deixar de vender os medicamentos aos cidadãos que não se consultavam no centro Santa Maria, para evitar a revenda dos mesmos.
“Por causa da tendência de revender os remédios que a gente de fora podia comprar aqui, nós preferimos deixar de ajudar dessa forma, condicionando a refeida oferta aos atendimentos internos”, detalhou.
Os utentes, maioritariamente mulheres, justificaram a preferência ao Santa Maria pelo atendimento humanizado, como fez questão de referir Sara Matapau, que se preparava para entrar na sala de parto.
Alívio de estagiários Apesar de estarem numa fase de aprimoramento da prática, os 10 estagiários que, anual e regularmente, o colégio Mandumbo envia ao centro Santa Maria, têm ajudado muito no atendimento.
Refira-se que, normalmente, o estágio curricular desses técnicos médios de saúde, no centro materno-infantil Santa Maria, dura três meses.
Nessa altura, os estagiários da escola referenciada estão destacados no centro afecto às missionárias franciscanas, onde dizem estar a ganhar experiências para a vida profissional.
Para eles, a convivência com os enfermeiros, médicos e pessoal administrativo do estabelecimento de saúde vai determinar o comportamento e a postura profissional que, no futuro, optarão para darem seguimento às suas carreiras.
Nutrição acompanhada no São José
No centro médico São José, também no bairro Morro Bento, mas no município do Talatona, o responsável pela administração destacou os serviços de nutrição acompanhada.
Trata-se de uma área do PAV que submete os técnicos de saúde a fazerem nutrição, atendendo crianças, de zero aos cinco anos de idade, aos quais dedicam à pesagem e atribuição de papas.
A unidade conta com oito técnicos de enfermagem, quatro de diagnóstico ou laboratório, um no sector de fisiologia e ISSAP, que correspondem ao de atendimento de pacientes com tuberculose e HIV-Sida, mais alguns do Programa Alargado de Vacinação (PAV).
Nas duas instituições, procedem consultas ou atendimento às mulheres grávidas e parturientes, crianças e aos adultos com variadas patologias. Quanto às doenças, registam-se mais paludismo e doenças respiratórias.