Os mesmos foram encomendados pela Lobito Atlantic Railway (LAR), empresa concessionária da exploração, gestão e manutenção do Corredor do Lobito, à empresa sul-africana Galison Manufacturing.
Segundo uma nota de imprensa a que OPAÍS teve acesso, os vagões contentores serão entregues em três fases, devendo os primeiros chegarem ao Lobito a partir do quarto trimestre deste ano.
A capacidade de transporte de contentores acima mencionada vai conferir maior flexibilidade à carga transportada. “Esta encomenda é um passo importante na renovação da linha férrea e na sua capacidade operacional para transportar cobalto e cobre da República Democrática do Congo e da Zâmbia e mercadorias do Lobito para a RDC”, lê-se no documento.
Acrescenta de seguida que “a encomenda de novos vagões faz parte do investimento anunciado, aquando da assinatura da concessão por 30 anos, em Novembro de 2022”.
De acordo com a nota, os vagões estão a ser fabricados em aço de alta resistência para aumentar a durabilidade e reduzir o peso de cada um, o que, por sua vez, permitirá o transporte de cargas mais elevadas.
O processo de fabrico envolve a utilização extensiva de métodos modernos, incluindo serras de viga computorizadas e células de soldadura robotizadas. “Os novos vagões são compatíveis com o material circulante existente na região da SADC.
Foram fabricados tendo em conta as condições locais do caminho-de-ferro e para assegurar o transporte sem problemas de minerais críticos e outros materiais, tanto para o tráfego nacional como internacional”, detalhou Francisco Franca, diretorexecutivo da LAR, citado na referida nota.
Acrescentou de seguida que “uma equipa da LAR visitou recentemente as instalações da Galison Manufacturing para acompanhar o início da produção dos protótipos dos vagões que começarão a ser entregues ainda este ano”.
De salientar que foi atribuída uma concessão de 30 anos ao consórcio Lobito Atlântic Railway, constituído pela Trafigura, líder de mercado na indústria global de matériasprimas, pela Mota-Engil, uma empresa internacional de construção e gestão de infra-estruturas, e pela Vecturis SA, um operador ferroviário independente.
Desde Janeiro de 2024, a Lobito Atlântic Railway explora, gere e mantém a linha férrea que se estende por Angola ao longo de quase 1 300 km, entre o Porto do Lobito e Luau, no leste de Angola, e liga à rede ferroviária gerida pela Sociedade Nacional dos Caminhosde-Ferro do Congo (SNCC), na República Democrática do Congo, até Kolwezi, no coração do Copperbelt.
A Lobito Atlântic Railway do Lobito também explora o terminal de minérios do Porto do Lobito, que faz a ligação com a linha férrea. O que facilita o serviço rápido e eficiente de descongestionamento do porto, localizado na costa atlântica.