Constituído por músicos veteranos, tidos como “generais do semba”, o conjunto brindou o público com um concerto de “matar saudades”, entoando, durante uma hora e meia, os históricos temas de sucesso das décadas de 1970, 80 e finais de 90.
Em palco, o agrupamento fezse apresentar com Botto Trindade e Teddy Nsingi (solistas), Carlitos Timóteo (viola baixo), Gregório Mulato (mukindo e bongós), Zé Fininho (dikanza), Joãozinho Morgado e o músico Legalize, que actuou nas vestes de vocalista da banda.
A seu estilo, combinando diferentes instrumentos e ritmos, o grupo recriou temas que marcaram a história dos conflitos armados e da era pós-independência, levando o público a reviver canções de artistas como David Zé, Artur Nunes, Jovens do Prenda, Urbano de Castro, entre outros.
Numa criatividade sem igual, os instrumentistas proporcionaram um momento de fusão rítmica, misturando diferentes estilos e ritmos musicais como o merengue, o semba, a rumba e a kazukuta, que deixaram o público eufórico.
Em representação do conjunto, Ilídio Brás, que é o agente do grupo, destacou o papel do Goethe-Institut Angola na promoção e valorização das artes e dos seus fazedores, tendo adiantado que o Conjunto Angola 70 é um dos que se tem beneficiado deste trabalho contínuo que tem sido feito em prol do intercâmbio cultural dos dois países.
“O Instituto alemão, já com uma parceria com o Conjunto Angola 70, tem feito vários trabalhos de âmbito nacional e internacional, no campo da cultura.
Estes 15 anos acabam sendo o consolidar destes esforços que têm beneficiado a cultura nacional e fazendo com que artistas da Alemanha tenham expressão no marcado angolano”, destacou.
Outras atracções de abertura
A abertura do festival ficou ainda marcada com a exposição fotográfica “Angola Cinemas”, de Walter Fernandes, e uma performance “Mujimbos”, do artista Mussunda N’Zombo, que expôs uma casota feita de chapa de zinco e vidros transparentes, com materiais artísticos e objectos electrónicos, todos eles reciclados.
O primeiro dia encerrou com uma after party, que começou por volta das 21h00, com a performance excepcional da DJ Lene Lee.
15 Anos de interacção artística: Angola-Alemanha
Nos seus 15 anos de existência, o Goethe-Institut Angola reafirma o seu empenho e engajamento em manter-se como uma instituição de promoção de intercâmbio cultural entre Angola e Alemanha e no apoio de acções de causas sociais.
Em seu discurso de abertura, a directora do Goethe-Institut, Julia Schreiner, ressaltou que a instituição que dirige tem como missão promover o diálogo e harmonia entre os diferentes povos através da arte, assim como a cooperação entre as nações e o uso da língua alemã.
A responsável frisou que o festival visa radiografar o percurso do Goethe-Institut ao longo dos seus 15 anos de existência em Angola, sua génese, projectos e acções realizados e perspectivar desafios futuros quer no campo das artes, quer no desenvolvimento social e do capital humano.
“O título do festival tem a sua origem nos nossos projectos anteriores. Aquilo que o GoetheInstitut Angola abordou desde o começo vão desde a arquitectura única e modernismo tropical, exposição arqueológica e desenhos e sobre a história do cinema angolano, assim como os projectos para o futuro”, afirmou a directora. Acrescentou que o título
“O Futuro já era” é um convite aberto a uma reflexão profunda sobre o futuro das pessoas, das nações e das artes, face aos desafios actuais impactados por conflitos armados, aquecimento global, alterações climáticas e outros fenómenos que colocam em risco de extinção a humanidade.
De acordo com o programa da organização, as celebrações dos 15 anos do Goethe-Institut Angola vão durar cerca de seis semanas, onde serão desenvolvidas dezenas de actividades ligadas a diferentes sectores.
O Festival vai acolher inúmeras actividades de diferentes disciplinas artísticas, com destaque para música, dança, pintura, poesia, exposição audiovisual, spoken word e, sobretudo, cinema que é a categoria que mais será representada.