Quem são os principais beneficiários do crédito do FADA? Os principais beneficiários do crédito concedido pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) são os agricultores familiares, cooperativas agrícolas e micro e pequenas empresas do sector do agronegócio, que representam uma parcela significativa da carteira de crédito. Este financiamento contribui para o desenvolvimento e fortalecimento do sector agrícola em Angola.
Qual foi o volume de créditos concedido tá agora?
Até Abril deste ano, o FADA concedeu mais de 20 mil milhões de kwanzas em créditos, financiando uma variedade de projectos agrícolas e iniciativas de desenvolvimento rural. Este volume substancial de crédito tem sido fundamental para impulsionar a produção agrícola e promover o desenvolvimento económico no meio rural.
Quais são as condições necessárias para aceder ao crédito?
Para ter acesso ao crédito do FADA são necessários três principais requisitos como a legalização da parcela de terra, legalização da pessoa jurídica (se for cooperativa, empresa ou individual), preenchimento do formulário de viabilidade económica e da carta de solicitação do crédito.
Quanto o FADA tem disponível para apoiar a produção?
O FADA prevê captar cerca de 35 mil milhões de kwanzas para apoiar a produção agrícola, focando-se nas necessidades de agricultores familiares, cooperativas agrícolas e micro e pequenas empresas do sector do agro-negócio. Este montante visa impulsionar o desenvolvimento do sector agrário e promover a segurança alimentar.
Em quantas províncias estão a ser desenvolvidas acções de produção com o apoio da instituição?
O FADA está a desenvolver acções de fomento à produção agrícola nas 18 províncias do país, reflectindo o compromisso da instituição em apoiar o desenvolvimento agrícola em todo o território nacional.
Quantos equipamentos serão financiados para as cooperativas agrícolas?
A medida referente à mecanização ligeira da agricultura familiar, que visa potenciar as cooperativas agrícolas, proporcionando-lhes acesso facilitado a tractores e motocultivadoras, bem como aos respectivos implementos para a mecanização da agricultura familiar, está contemplada no Programa de Aceleração da Agricultura Familiar e Reforço da Segurança Alimentar “Osi Yetu”.
Este programa pretende promover o desenvolvimento sustentável do sector agro-pecuário e florestal, mediante a implementação de projectos e acções que visem acelerar a produção, aumentar a produtividade e fortalecer a capacitação técnica, o acesso ao financiamento e a segurança alimentar.
Desta forma, contribui para o crescimento económico, a geração de emprego, o aumento do rendimento das famílias e a redução da vulnerabilidade económica e social.
O programa prevê o financiamento de 3.019 unidades, sendo 2.664 motocultivadoras e 355 tractores, juntamente com os respectivos implementos agrícolas.
Como descreveria o vosso papel no apoio ao desenvolvimento agrário em Angola de 2020 a Abril de 2024? Desde 2020, o FADA tem desempenhado um papel crucial no financiamento da agricultura familiar em Angola.
Com um crescimento acentuado da carteira de crédito, o FADA já desembolsou 20 mil milhões de kwanzas até Abril de 2024, impulsionando, significativamente, o desenvolvimento agrário no país.
Quais foram os principais resultados alcançados, em termos de financiamento e projectos agrícolas apoiados?
Até 30 de Abril, o FADA alcançou cerca de 20 mil milhões de kwanzas em financiamento, apoiando 2.347 projectos agrícolas. Estes resultados reflectem o fortalecimento do sector agrícola e o desenvolvimento sustentável em Angola.
Pode detalhar a distribuição geográfica dos créditos concedidos e explicar por que essas regiões foram priorizadas?
O FADA distribui os seus créditos às 18 províncias, com uma abordagem estratégica que considera a densidade populacional, actividade agrícola predominante, potencial de produção e as carências socioeconómicas.
Luanda lidera em número de projectos e montante de crédito, seguida por Huambo e Huíla, devido à localização da instituição e à facilidade de acesso aos serviços do FADA.
Os projectos desembolsados pelo FADA estão distribuídos em diferentes províncias, totalizando 2.347 iniciativas financiadas. Luanda lidera em número de projectos, com 810, seguida pelo Huambo, com 311, e pela Huíla com 254 projectos.
Em termos de montantes, Luanda também se destaca, com um total de 4,68 mil milhões de kwanzas desembolsados, seguida pela Huíla, com 3,18 mil milhões de kwanzas e o Huambo, com 2,03 mil milhões de kwanzas.
Quais foram os principais beneficiários dos créditos concedidos?
Os agricultores familiares foram os principais beneficiários, representando 48,09% da carteira de crédito, seguidos por cooperativas agrícolas com 35,82% e micro, pequenas e médias empresas agrícolas com 15,71%.
Como o FADA está a contribuir para modernizar a agricultura familiar em Angola, especialmente através da mecanização agrícola?
O FADA facilita o acesso ao crédito para a aquisição de equipamentos agrícolas, como tractores e motocultivadoras, e assegura assistência técnica e serviços de pós-venda. Esta abordagem está alinhada com a visão governamental de modernização do sector agrícola.
Quais foram os resultados da primeira fase do programa de mecanização da agricultura familiar, e como esses resultados estão a impactar as comunidades rurais?
Os resultados desta primeira fase estão dentro do esperado. O programa envolveu oito províncias, designadamente Namibe, Benguela, Uíge, Malanje, Cuanza-Sul, Huambo, Bié e Huíla. Beneficiaram do financiamento 150 cooperativas, com igual número de equipamentos e seus implementos, sendo 109 motocultivadoras e 41 tractores.
Durante o período da sua implementação, há sensivelmente três meses, realizaram-se várias sessões de formação e treinamentos na componente operacional e manutenção de equipamentos, culminando com 450 formandos, com uma carga horária de 56 horas por província, durante 7 dias.
Como está a decorrer a implementação da segunda fase do programa de mecanização agrícola e quais são as metas estabelecidas?
A segunda fase do programa será implementada nas restantes províncias. Neste momento, decorre a triagem dos fornecedores de equipamentos, visita às empresas para aferir a idoneidade das mesmas e se dispõem de oferta de equipamentos para posterior definição dos calendários de entrega e a eventual adequação do plano de acção às experiências colhidas da primeira fase.
As metas estabelecidas para o presente exercício visam financiar as cooperativas com 3.019 unidades de equipamentos e seus implementos, até ao limite de crédito correspondente a 35,45 mil milhões de kwanzas.
Quais são os principais desafios enfrentados pelo FADA na execução das suas iniciativas de desenvolvimento agrário?
Os principais desafios incluem a escassez de recursos humanos, risco de inadimplência, deficiente estado das vias de acesso, ausência de representações locais, escassez de meios de transporte e longas distâncias a serem percorridas para acompanhamento dos projectos.
Como o FADA está alinhado com o Plano Estratégico 2023-2026 e quais são os principais pilares desse alinhamento?
O FADA está alinhado ao Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, especialmente nos eixos de Fomento e Diversificação da Produção Agrária e Responsabilidade Social e Ambiental.
Este alinhamento visa garantir a segurança alimentar, aumentar o emprego e o rendimento das famílias bem como promover a sustentabilidade ambiental.
Quais são as principais áreas de foco do FADA para fomentar e diversificar a produção agrícola?
As principais áreas de foco incluem práticas agrícolas sustentáveis, fortalecimento de cooperativas e micro, pequenas e médias empresas, conservação ambiental, melhoria da governança institucional, acesso a recursos financeiros, comunicação eficaz, gestão de risco agrícola, uso de tecnologias e capacitação de recursos humanos.
Como o FADA está a promover a melhoria de processos e organização institucional para alcançar os seus objectivos de desenvolvimento agrário?
O FADA promove a melhoria de processos através de acções estratégicas, como ajuste da estrutura orgânica, revisão e simplificação de processos, capacitação de capital humano, modernização tecnológica e fortalecimento do controle interno.
Poderia destacar algumas iniciativas voltadas para a robustez financeira e sustentabilidade no sector agrário?
As iniciativas incluem o apoio financeiro do Executivo, melhoria da gestão de recursos, aumento dos activos remunerados e a redução do risco de incumprimento.
O FADA também realiza acompanhamento permanente dos projectos dos mutuários e proporciona crédito com garantias para aumentar a segurança das operações.
Qual é a abordagem da instituição em relação à responsabilidade social e ambiental nas suas operações e programas de desenvolvimento agrário?
A instituição adopta uma abordagem abrangente de responsabilidade social e ambiental, promovendo práticas sustentáveis alinhadas com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
As iniciativas incluem o projecto da escola itinerante de mecanização agrícola e o projecto de educação social e financeira.
De que forma estão a contribuir para o crescimento económico de Angola através do desenvolvimento agrário?
O FADA contribui para o crescimento económico de Angola ao focar no aumento da produção agrária através da concessão de crédito e acompanhamento dos projectos financiados, garantindo o sucesso dos mutuários e a disponibilidade de produtos no mercado.
Quais são os principais impactos esperados das iniciativas do FADA no aumento da produção e produtividade agrícola?
Os principais impactos esperados incluem aumento significativo da produção e produtividade agrícola, a redução da fome e da pobreza, a melhoria da segurança alimentar, criação de empregos e o aumento do rendimento das famílias, impulsionando o desenvolvimento económico do país.
Quais foram as histórias de sucesso ou casos inspiradores de projectos apoiados pelo FADA durante o seu mandato?
Entre os casos de sucesso destacam-se as caixas comunitárias em Malanje e a cooperativa de jovens agropecuários do Andulo, no Bié.
No Huambo, a IALTURC actua como empresa âncora, fornecendo assistência técnica às cooperativas financiadas pelo FADA e adquirindo a sua produção.
Como estão a lidar com a questão da segurança alimentar em Angola e qual é o seu papel nesse contexto?
A instituição promove a segurança alimentar através do fomento à produção agrária, garantindo o sucesso dos projectos financiados e assegurando o escoamento eficiente dos produtos, contribuindo significativamente para a melhoria da segurança alimentar em Angola.
Quais são os critérios utilizados na selecção e avaliação de projectos agrícolas para financiamento?
Os critérios incluem a finalidade do financiamento, objectivos e metas de produção, áreas de cultivo, culturas a produzir e beneficiários.
Cada projecto é analisado quanto à sua viabilidade técnica, económica e financeira, assegurando a criação de valor e o retorno do crédito investido.
E como estão a desenvolver as comunidades locais e as partes interessadas nos seus projectos de desenvolvimento agrário?
Através de parcerias estratégicas com fazendas âncoras, institutos de formação e organizações sem fins lucrativos. Estes parceiros oferecem assistência técnica especializada, formação e suporte logístico, promovendo a inclusão e o desenvolvimento das comunidades locais.
Que planos tem para continuar a promover o desenvolvimento agrário sustentável no país?
Os nossos projectos incluem a garantia de sustentabilidade financeira, expansão do acesso ao crédito para agricultores familiares e cooperativas, introdução de novas tecnologias e equipamentos agrícolas, e estabelecimento de parcerias para fortalecer a cadeia de valor agrícola.
De igual modo, pretendese continuar a aprimorar a capacitação dos agricultores e a modernização dos processos produtivos.
Quais são as estratégias para incentivar a adopção de práticas agrícolas sustentáveis e ecologicamente responsáveis entre os agricultores apoiados?
Incentivamos a adopção de práticas agrícolas sustentáveis através de programas de formação e capacitação que destacam técnicas de conservação de solo e água, uso eficiente de insumos, manejo integrado de pragas e doenças, e práticas agroecológicas. Além disso, promovemos o uso de tecnologias que minimizam o impacto ambiental.
Quais são os principais programas de capacitação e treinamento oferecidos para fortalecer as habilidades técnicas e gerenciais dos agricultores?
Nós oferecemos diversos programas de capacitação e treinamento, incluindo a escola itinerante de mecanização agrícola, que proporciona formação prática no uso e manutenção de equipamentos agrícolas.
Por outro lado, também realiza-se workshops e seminários sobre gestão de negócios, planeamento agrícola, técnicas de cultivo, e práticas sustentáveis, sendo que estes programas são desenvolvidos em parceria com instituições de ensino e pesquisa, além de organizações não-governamentais.
Quais são as estratégias para garantir a sustentabilidade financeira dos projectos agrícolas financiados?
As estratégias incluem a análise rigorosa da viabilidade dos projectos antes da concessão do crédito, o acompanhamento constante dos projectos financiados, e a promoção de boas práticas de gestão entre os beneficiários.
Além disso, o FADA busca diversificar as suas fontes de financiamento e criar parcerias estratégicas que possam contribuir para a sustentabilidade financeira dos projectos.
Em relação aos desafios logísticos e infra-estruturais que afectam a execução dos projectos agrícolas, que medidas estão a ser tomadas?
Para enfrentar os desafios logísticos e infra-estruturais está a se investir em melhorias nas vias de acesso, promovendo o uso de tecnologias de transporte mais eficientes e estabelecendo parcerias com empresas logísticas.
Também está a trabalhar na criação de representações locais para facilitar o acompanhamento e apoio técnico aos projectos nas diferentes regiões do país.
Quais são as parcerias estratégicas com outras instituições, organizações internacionais e governamentais para impulsionar o desenvolvimento agrário?
As parcerias estratégicas com outras instituições, organizações internacionais e governamentais são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento agrário em múltiplas vertentes.
Estabelecemos e estamos em processo de estabelecer diversas parcerias com entidades que desempenham um papel crucial no apoio financeiro ao subsector agrícola, facilitando também a troca de conhecimentos e experiências para assistência técnica, formação de quadros e transferência de tecnologia.
O FADA mantém parcerias estratégicas com diversas fazendas e empresas que actuam como âncoras, mobilizando famílias e adquirindo as suas produções, além de fornecerem assistência técnica.
Adicionalmente, mantemos relações sólidas com instituições como o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), ADRA, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) entre outras, que contribuem significativamente para o desenvolvimento agrário.
Como estão a abordar as questões de acesso à terra e direitos de propriedade no contexto dos seus programas de desenvolvimento agrário?
Reconhecemos que a posse legal da terra pelos promotores e mutuários é fundamental para garantir a qualidade do crédito em carteira, reduzir os riscos de incumprimento, aumentar a liquidez e fortalecer a sustentabilidade financeira.
Além disso, a posse contribui para o alcance dos objectivos de aumento e diversificação da produção nacional estabelecidos pelo Governo.
No entanto, enfrentamos desafios significativos, uma vez que muitos dos nossos mutuários residem em á r e a s onde o acesso à legalização da terra é limitado, o que dificulta a disponibilização de crédito e, consequentemente, limita a promoção da produção agrícola.
Para contornar essas questões, estamos a trabalhar em conjunto com os Governos provinciais para encontrar soluções que facilitem a formalização expedita do processo de legalização das terras, especialmente em benefício das cooperativas agrícolas.
Por: Francisca Parente