Entre os crimes praticados pela quadrilha, destaca-se o de rapto ocorrido no mês de Dezembro do ano passado, onde foi lesado um cidadão de nacionalidade eritreia, comerciante com estabelecimentos comerciais no mercado informal do Mutundo, arredores da cidade do Lubango.
O porta-voz do SIC na Huíla, inspector Segunda Quitumba, disse que para a prática deste crime em que foi vítima um cidadão eritreu, identidicado por Yossefe, de 38 anos, contou com a colaboração dos compatriotas da vítima.
Segunda Quitumba revelou que Yossefe foi surpreendido por dois marginais, por sinal angolanos, , de 24 e 25 anos, por volta das 13 horas do dia 27 de Dezembro de 2023, quando saía do seu armazém, sito no mercado do Mutundo.
“Tudo ocorreu quando Yossef saía do seu armazém em direcção ao seu veículo. Estando dentro da viatura, foi abordado por dois cidadãos nacionais que, sob ameaça, se apossaram da sua viatura, de marca Toyota, modelo Hilux, e o forçaram a entrar e acompanhar a viagem”, detalhou.
Já com a vítima sob seu comando, segundo o porta-voz do SIC na Huíla, os dois cidadãos levaram a sua presa à Centralidade da Quilemba, especificamente ao bloco K, onde sob fortes ameaças de morte exigiram que se mantivesse em silêncio, se quisesse permanecer vivo.
Já na Centralidade da Quilemba, os supostos raptores subtraíram dois smartphones Samsung, modelos S22 e S10, uma carteira contendo cartões multicaixas e 150 mil kwanzas. Entretanto, após o roubo, devolveram o veículo a Yosief e fugiram em outro carro previamente solicitado.
Os suspeitos entregaram os itens roubados aos mandantes e, no dia seguinte, exigiram uma quantia de 2 milhões e 500 mil kwanzas para revelar a identidade dos mesmos. Yosief cedeu e transferiu o montante via ATM para uma conta de terceiros, que repassou o dinheiro aos mandantes. “Contudo, eles não cumpriram a promessa de revelar os nomes”, revelou Segunda Quitumba.
Ex-funcionários entre os acusados
O porta-voz do SIC na Huila disse que entre os acusados, que já se encontram detidos, está um antigo funcionário da vítima que também participou neste esquema que visou extorquir o seu antigo patrão.
“Um ex-funcionário do lesado, disfarçando sua identidade, entrou em contacto telefónico com a empresa deste exigindo dinheiro em parcelas que totalizaram 65 mil kwanzas, alegando que revelaria quem foram os mandantes. Porém, apesar de receber o dinheiro, a identidade dos mandantes não foi divulgada”, frisou.
De acordo com o nosso interlocutor, os dois cidadãos eritreus envolvidos no esquema recorreram a métodos fraudulentos para desbloquear o telemóvel de Yossefe. “Utilizando aplicativos bancários, transferiram 9 milhões de kwanzas para contas de terceiros, totalizando um prejuízo de 11.565.000 kwanzas para a vítima”, revelou.
O porta-voz do SIC na Huila informou que os suspeitos já foram apresentados ao Ministério Público, que os promoveu ao juiz de garantia, que por sua vez aplicou a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.
Por outro lado, Segunda Quitumba revelou que ainda existem dois prófugos, sendo um cidadão angolano e um eritreu. No entanto, o SIC prosegue com diligências no sentido de proceder a sua localização e detenção.
Por: João Katombela, na Huíla