O director municipal de infra-estrutura, transporte e ambiente de Kiwaba N´Zoji, em Malanje, Príncipe Dembue, disse que o projecto levado a cabo pela instituição que dirige surgiu por uma iniciativa do líder municipal “Criamos este plano, no sentido de banir o uso de sacolas plásticas, na nossa região, aproveitando o facto de o fluxo comercial local ser ainda muito reduzido, o que nos animava a encará-lo como fácil de ser controlado.
Mas tão logo começamos, em Janeiro deste ano, a circulação de vendas também aumentou”, informou o responsável pelo ambiente, tendo adiantado que isso lhes deu mais ânimo para prosseguir com iniciativa.
Segundo Príncipe Dembué, ao vencer a categoria de instituição pública sustentável, ele e a sua equipa ganharam ousadia para verem os sacos plásticos fora do uso total dos munícipes. Antes de efectivarem o referido programa, os comerciantes de estabelecimentos ou bancadas fixas, vendedores ambulantes e compradores víam nos sacos plásticos o único meio para carregar produtos médios e pequenos.
Mas com o trabalho de mobilização e sensibilização, aliado ao programa de atribuição de sacos de pano aos comerciantes, as pessoas passaram a utilizar, diariamente, os sacos de pano. Refira-se, que até à data desta reportagem, a administração municipal é a única entidade que manda costurar os sacos e os custeia. “Nós temos tido dificuldades financeiras, porque somos o maior produtor, fornecemos o tecido e a confecção é por conta das formandas do INEFOP local; aliás, o único serviço que não pagamos”, Principe Dembue revelou que oferecem, principalmente, os sacos de pano às cantinas, padarias e a algumas pessoas com necessidade de compra aparente e imediata.
Embora considere não ser uma intenção directa da administração municipal, o director do ambiente lamentou o facto de alguns comerciantes, que beneficiam da oferta, não despertarem para uma contribuição mínima. Questionado se as crianças ‘mandatadas’ a comprar qualquer produto, nos entrepostos comerciais, não comprometem o cumprimento da recomendação ambiental assumida pelo Kiwaba N´Zoji, disse Príncipe Dembue.
“Além disso, o lançamento do projecto contou com todas as franjas da sociedade do município e nós estamos constantemente a fazer essa sensibilização aos cidadãos e às escolas, através dos nossos agentes voluntários ambientais, que têm ajudado bastante”, frisou. Ele detalhou que lançaram o projecto a 31 de Janeiro, na ocasião do Dia Nacional do Ambiente e o mesmo foi definido para um número específico de estabelecimentos comerciais que havia, na altura.
A maior dificuldade que Príncipe Dembué e a sua equipa encontraram foi o crescimento económico do seu município, no curto prazo em que decorria a candidatura ao concurso (de Janeiro a Maio de 2024), porque triplicou o número de estabelecimentos comerciais. O ambientalista confessou que a luta de Kiwaba N’Zoji não pára com a consagração do prémio, porque a equipa está comprometida com o melhoramento da qualidade de vida dos munícipes. 1ª Edição marcada com vontade de melhorar a qualidade de vida.
A contribuição significativa para a preservação e protecção do meio ambiente, salvaguardando a existência de muitas organizações que, com o seu contributo financeiro e científico, têm estado na melhoria da sustentabilidade ambiental foi elevada pela coordenação do prémio.
O coordenador da 1ª edição do prémio, Pinto Fiel, considerou que a sua organização elegeu o lema “Sustentabilidade ambiental, uma responsabilidade de todos”, justamente para pedir que todas as pessoas, que são por uma qualidade de vida melhor, se revejam no projecto. Pinto Fiel achou por bem partilhar a experiência que ele e a sua equipa viveram, durante seis meses, ao passarem por várias províncias, onde conversaram com muitas pessoas.
As premiações contemplaram ainda instituições como Nação Verde e Ecoangola, que ganharam, respectivamente, a 1ª e 2ª categorias, denominadas Cidadania Social Civil e Educação Ambiental. O município do Lubango da província da Huíla sagrou-se vencedor da 3ª categoria de Cidade Sustentável. Além desses, houve mais prémios, onde se destacou o da instituição Jardim da Yoba do município da Chibia (Huíla), empenhada na produção de sementes agrícolas.