No contexto actual, a maioria dos pacatos cidadãos, senão todos, anseiam por uma oportunidade no exterior, o que tem sido uma prática activa em todo lado do nosso território nacional.
Dentre as várias causas, destaca-se a procura de melhores condições de vida, relativamente à saúde, empregabilidade, formação por excelência, segurança pública, fluidez na circulação rodoviária.
Pelo que se constata, a nossa camada juvenil tem lutado, todos os dias, por uma vida diferente da sua pátria, pois na situação em que nos encontramos não tem facilitado na concretização dos nossos desideratos, enquanto cidadãos comprometidos com o desenvolvimento sustentável de toda população angolana.
O que dizer de uma família que ainda luta para, pelo menos, uma refeição ao dia? É essa Angola que nós queremos: nua e crua? Precisamos de mais seriedade e atenção à vida da nossa população que, incansavelmente, trabalha para a sua sobrevivência familiar, mesmo com as adversidades recorrentes no nosso dia-a-dia.
Sim, deve-se trabalhar mais na valorização do estado de saúde e de trabalho dos nossos resilientes trabalhadores, sob pena de caírem no abismo. Então, todos merecem, enquanto cidadãos de direitos e deveres, uma vida digna para o seu desenvolvimento pessoal que, a posterior, se vá reflectir na colectividade.
Metaforicamente, quando os progenitores não têm o melhor para a sua família, os filhos recorrem para fora, como forma de conseguirem aquilio de que precisam; para que não vivam insatisfeitos a vida toda.
De facto, a má-vontade política acaba por influência nessa situação migratória que vivenciamos todos os dias. Até parece uma moda emigrar, mas não constitui modismo moderno; é, sem dúvida, uma decisão tomada para o abrigo a uma realidade não encontrada na nossa mãe pátria, parecendo uma madrasta para o próprio filho.
Em contrapartida, por mais que haja empecilhos na emissão e aquisição dos documentos necessários à emigração, como protesto a essa deslocação geográfica, acredito que todo pacato cidadão seria capaz de trabalhar incansavelmente para os conseguir, pois toda acção tem o seu etorno, sendo positivo ou negativo.
Deste modo, não se deve criar barreiras, porém reavaliar e atender, de modo satisfatório, às preocupações da nossa população, começando por aquelas que lhe são essenciais.
Hipoteticamente, se o quadro não se reverter nos próximos anos, corremos riscos de ter um país com uma minoria jovem e, como consequência, a nossa sociedade será cada vez menos rejuvenescida e comprometidora com o seu desenvolvimento.
Para o efeito, devemos pensar no tipo de cidadão que queremos, não colocando os interesses políticos acima, mas olhando para o bem social de todos os angolanos.
Quanto mais pensamos na minoria, acabamos por dificultar a vida da maioria, e não é isso que se pretende hodiernamente. Além disso, precisamos reverter a actual situção e pensar nas dificuldades diárias enfrentadas por cada família, o que não seria impossível de ser concretizado, desde que haja uma consciência colectiva e mais democrática.
Por: Feliciano António de Castro*
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