Os moradores do bairro da Eiwa e Mutundo, na cidade do Lubango, província da Huíla, manifestaram-se, neste sábado, defronte o edifício da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) para exigir energia electrica no bairro em que vivem
João Katombela, na Huíla
Os bairros da Eiwa e Mutundo, existente desde 2010 nos arredores do município do Lubango, cidade capital da Huíla, não possuem energia electrica desde o seu surgimento, facto que faz com os seus moradores sintam-se abandonadas pelas autoridades locais.
Para reivindicar a falta deste serviço naquelas parcelas do Lubango, o grupo de moradores exibiu cartazes que exigem das Autoridades de direito trabalhar na colocação de energia elétrica no seu bairro, com vista a minimizar as dificuldades que passam na aquisição de combustíveis para os seus geradores, bem como garantir a segurança no período noturno.
A para da falta de energia, os moradores dos bairros da Eiwa e do Mutundo reclamam ainda a falta de abastecimento de água potável para as famílias que habitam naquelas zonas da cidade do Lubango.
Joana Maria, moradora, disse que vive na zona do Kapangue, bairro da Eiwa, desde 2010, ano em que a sua residência foi demolida pelo Governo Provincial da Huíla, na altura liderado por Isacc Francisco dos Anjos.
Conforme disse, desde que foi lá parar nunca teve energia da rede pública na sua zona.
“Estamos aqui, há muito tempo, e nunca vimos só um fio se quer de corrente electrica na nossa zona, mas o resto do bairro tem. Será que nós não somos pessoas? Será que não somos angolanos com os mesmos direitos que os outros? Porquê a ENDE não vem colocar em vez de mentir sempre”, questionou.
Por seu lado, o músico e activista cívico, Mensageiro Andrade, um dos organizadores da manifestação e que elogiou a actuação da Polícia Nacional que assegurou o percurso dos manifestantes, disse que enquanto as Autoridades competentes não resolverem esta situação a onda de manifestações vai continuar.
“Nós estamos a nos manifestar contra a falta de energia e água nos bairros do Mutundo e da Eiwa, porque os cidadãos que vivem nestas comunidades têm passado dificuldades inimagináveis e têm vivido de forma desumana”, deplorou.