“É totalmente lógico”, disse Fiala numa conferência de imprensa em Praga, respondendo a uma questão sobre a posição do Governo checo relativamente ao recente apelo do secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, para o levantamento das restrições que impedem Kiev de atacar alvos em solo russo com armas fornecidas por países aliados.
Os ucranianos “estão a defender-se da agressão, estão a defender os cidadãos e têm todo o direito de utilizar todas as possibilidades para se defenderem”, declarou o chefe de governo da República Checa.
Por outro lado, Fiala adiantou que na reunião que vai decorrer em Praga com vários parceiros da União Europeia (UE), vai tentar acelerar o processo de obtenção de munições excedentárias de países terceiros para as fornecer a Kiev.
Um jantar de trabalho deverá juntar o Presidente polaco Andrzej Duda e dos chefes de Governo da Ucrânia (Denis Shmyhal), da Dinamarca (Mette Frederiksen), dos Países Baixos (Mark Rutte) e da Letónia (Evika Silima), bem como de representantes dos Estados Unidos.
O objectivo desta iniciativa, lançada pela República Checa em Março é recolher um milhão de cartuchos de artilharia provenientes do exterior da UE no prazo de um ano para serem entregues à Ucrânia.
Já foi recolhido um volume de 500 mil cartuchos, que Fiala disse poderem começar a ser enviados ao Exército ucraniano em Junho. “Queremos reforçar e acelerar” esta ajuda, sublinhou o político conservador.
O líder checo reconheceu que, nos esforços para se defender da agressão russa, a Ucrânia enfrenta actualmente “uma situação complexa” na linha da frente.
No entanto, disse estar confiante de que, “graças à iniciativa checa” e ao apoio económico activo de Washington à Ucrânia, “Kiev passa a ter recursos, a longo prazo”. Após a reunião de ontem, Praga vai acolher uma reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, na Quinta-feira e na Sexta-feira.