A peça foi adaptada do livro do escritor Moçambicano, Ernesto Moamba, fruto de uma parceria com a companhia de teatro, faz uma narrativa sobre o desafio entre as letras e números para saberem quem apareceu primeiro no mundo.
A directora do conjunto, Solanje Feijó, disse ser uma peça interessante para as crianças, onde os números acreditam que vieram primeiro ao mundo. Desta feita, sobram com as letras por acharem-se mais importantes do que elas.
As letras, por são vez, não querendo discutir, mesmo sendo insultadas, procuram dar uma lição aos números, por serem consideradas mais serenas, mais calmas e inteligentes do ponto de vista de gestão da situação.
“Reza a historia que os números apareceram primeiro do que as letras. Então, é essa briga que vamos ter ai, de números e letras, que vai levar este enredo”, contou a responsável.
Solanje avançou que o autor do livro, Ernesto Moamba, far-se-á presente na LAASP, no primeiro dia do evento, às 10 horas, para a apresentação da obra, com a moderação da escritora Kanguimbu Ananás.
Por sua vez, Ernesto Moamba, poeta e escritor, disse ser um momento de grande vitória, momento de conquista, ver o seu livro adaptado em uma peça teatral, por considerar ser o desejo de qualquer escritor perceber que as suas obras estão a ser assimiladas.
“Quando recebi o convite da Solanje para este intercâmbio, entre Moçambique e Angola, que eu acho que são países irmãos, dois países que se irmanam linguisticamente, é gratificante sempre estarmos nestes movimentos, porque enriquece ainda mais aquilo que é a nossa literatura, a nossa cultura em si”, exaltou. No primeiro dia do evento, o escritor vai ainda realizar a venda e sessão de autógrafo da obra, o que resulta desta parceria.
Para si, será com enorme prazer poder estar em Luanda a falar acerca deste projecto, a parceria com a Companhia De Artes Sol-CAS, representada pela Solanje Feijó, por quem nutre muita admiração pelo trabalho que vem desempenhado. “Espero que esta parceria seja duradoura, e possa-me abrir mais portas para apresentar os meus trabalhos em Luanda.
Acredito que esta oportunidade vem mesmo para fortificar aquilo que é a nossa parceria, a nossa irmandade, no que diz respeito à literatura produzida em África”, asseverou.
Cuidados com os conteúdos das obras infantis
Ernesto Moamba considera que lidar com a literatura infantil é um trabalho muito árduo, entretanto, desafiador, por exigir dos escritores determinação. Isso por perceber que lidam com a literatura para uma faixa-etária que se encontra no primeiro segmento da leitura, que merece maior cuidado na linguagem, para que possam perceber o que pretendem transmitir.
“É sempre um prazer enorme, num país em que se valoriza a literatura e a cultura, de modo geral, é sempre gratificante ser notificado para escrever ou narrar um determinado assunto que penetra no tecido social, ainda mais se tratando se uma espécie de mapeamento do início de um percurso literário que se viu nascer no mundo deserto, assim quer, onde as incertezas foram sempre abundantes”, frisou.
Apresentação de dança e música
A par do teatro, o evento reserva ainda a apresentação de dança, de coral da companhia Kimakieto e outras cantoras infantis que prometem proporcionar dias diferentes às crianças, disse Solanje Feijó.
Pelas várias actividades que serão realizadas nestes dois dias, a directora do conjunto considera serem repletos de entretenimento, para que as crianças possam encontrar momentos de diversão e lazer.