Acompanhei com entusiamo a visita do ministro da Juventude e Desportos ao estádio 11 de Novembro em Luanda. Há muito que se aguardava por uma situação semelhante se se tiver em conta que uma infra-estrutura do género merecia, há muito, outras performances.
Construído para acolher o campeonato africano de futebol de 2010, altura em que se deu o célebre Angola-Mali, por quatro bolas cada uma, o estádio 11 de Novembro é hoje uma sombra daquilo que se esperava.
Lembro-me de em tempos um amigo ter questionado, em Lisboa, o que se queria de facto em relação ao recinto. Com uma estrutura de invejar a quem quer que seja, o Estádio 11 de Novembro poderia ser uma espécie de ex-libris daquela zona de Luanda, albergando vários serviços, alguns dos quais movimentariam a zona.
Quando se deslocou ao recinto, numa visita de trabalho, foi bom saber que o ministro da Juventude e Desportos pensa que se deve devolver ao espaço a dignidade que se pensava que um dia fosse ter. Quem por lá passa, hoje, sabe que não é dignificante olhar para aquele espaço emoldurado de betão sem que os cidadãos consigam no mínimo ter noção do que haverá à sua volta.
Não sei de quem terá sido a ideia, mas o estádio 11 de Novembro é uma sombra de si mesmo. Completamente murado, depois de ter cedido espaço a outras empresas que lá exercem actividades, quase que não se sabe o que se passa no seu interior. Diz-se que o ministro Rui Falcão terá manifestado o interesse de que se leve a baixo aquelas paredes de betão que fazem do estádio algo inexistente.
Caso ocorra, não há dúvidas de que haverá uma maior interacção entre o público e o referido espaço. Há dias, passei pela zona. Aliás, tem sido assim nos últimos anos. Mais do que o muro que se pretende pôr de lado, o que mais me preocupa até hoje é o estado em que se encontra a referida via. Não há palavras para descrever o estado calamitoso em que os automobilistas e passageiros enfrentam todos os dias.
No último sábado, curiosamente, voltei a circular pela via. Nunca desejei tanto que um agente da Polícia me pudesse autuar por andar em contra-mão como ocorre num dado momento da estrada que, por razões de força maior, todos os automobilistas são obrigados a andar em contra-mão por conta do mau estado da mesma.
Tem sido assim há vários meses, de tal modo que não consigo sequer acreditar que muitos não se lembrem que um dos maiores cartões de visita do estádio 11 de Novembro tinha que ser os seus acessos.