O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos de Angola, Santos Nicolau, manifestou-se satisfeito com a recente proibição da venda ambulante de fármacos, mas apelou às entidades governamentais a manterem um controlo total das fontes. “É claro que o decreto de proibição é um instrumento importante para desincentivar ou acabar com esta prática, entretanto, o que é urgente é atacar as formas de entrada desses medicamentos aqui, no país, ou seja, o controlo das fontes deve seguir-se ao decreto”, disse o representante dos farmacêuticos.
A outra situação que Santos Nicolau não consegue entender é como os fármacos, que constituem elementos determinantes para a cura dos doentes, ainda dão entrada via-terra a Angola e, na maior parte dos casos, de forma clandestina. Segundo o bastonário, para o caso de Angola, as únicas maneiras de entrada dos medicamentos deviam ser por mar e por ar, seguindo-se-lhes um rigoroso cadastramento e verificação constante.
“Quer dizer que as autoridades governamentais deviam controlar os agentes que fazem entrar os fármacos, a quem distribuem até chegar aos pequenos retalhistas e fazer um registo, para que os produtos não andem fora dessa linha de circulação”, explicou Santos Nicolau, para quem, a ser feito de outro jeito, não tardará o surgimento de venda clandestina ou a retoma da actividade ilegal.
O bastonário, que defende ´atacar-se o mal pela raiz´, disse isso porque assegura já ter testemunhado muitos programas do Governo para proibir a venda de medicamentos nos mercados informais, que, até agora, se debatem com a resistência dos mercadores.
Questionado se a sua instituição que dirige tem informação sobre a passagem de medicamentos num dos pontos fronteiriços de Angola, Santos Nicolau apontou as fronteiras com a República Democrática do Congo como as zonas endémicas para o referido circuito. “É necessário apertar-se mais o cerco e criar-se um controlo paralelo, em que as instituições ligadas ao sector da saúde e outras que se revêem nessa luta tomem parte, para que o resultado seja satisfatório à classe”, frisou.