A escolha de angola em fazer da Língua Portuguesa como veículo exclusiva no processo educativo nacional, diferente de muitos outros países do continente, também ex-colónias, pode ter sido uma má decisão e pode, em parte ser responsável pelos fracos resultados alcançados quase 50 anos depois da Independência.
O argumento foi levantado nesta Terça feira, 14, no colóquio sobre línguas de Angola focado no tema “A gestão do Plurilinguismo”, realizado pelo Instituto de Línguas Nacionais no Memorial Agostinho Neto em Luanda em alusão ao 25 de Maio, Dia de África.
O evento a que compareceram vários especialistas, abriu com uma “aula Magna” subordinada ao tema “Politica linguística e o Uso das Línguas Africanas no Ensino” proferida pelo actual ministro da Cultura Filipe Zau, um estudioso da temática.
Filipe Zau apresentou exemplos de países africanos que ao tornarem-se independentes elevaram ao estatuto de Língua Oficial outras tantas línguas autóctones e que têm actualmente estas como línguas veiculares nos seus processos de educação e ensino, assim como outras realidades que nem sequer adoptaram a Língua herdade da colonização como sua língua oficial.
A não continuidade do processo educativo na língua materna tem sido para muitas crianças uma barreira, porquanto são instruídas na segunda língua cujo conhecimento começam a adquirir e consolidar a entrada na escola, sofrendo profundamente a influência das diferentes acentuadas de estrutura em ambos instrumentos veiculares.