“Estamos cientes do nervosismo sentido não só em Kiev, mas nas capitais europeias e nos Estados Unidos, devido à operação militar especial em curso”, comentou o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov.
Antony Blinken chegou, ontem, a Kiev para uma visita não anunciada, a quarta desde que a Rússia atacou a Ucrânia, em Fevereiro de 2022.
O secretário de Estado norteamericano já se reuniu, ontem, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem reafirmou o apoio de Washington a Kiev na guerra contra as tropas de Moscovo.
Peskov reafirmou que a Rússia pretende “atingir os seus objectivos” na Ucrânia, onde as tropas russas recuperaram a iniciativa com uma ofensiva em Outubro de 2023, após uma contraofensiva ucraniana sem sucesso.
O porta-voz do Kremlin recusou-se a comentar os avanços do exército russo, especialmente na região Nordeste de Kharkiv, onde a situação está a tornar-se cada vez mais crítica para as forças ucranianas, como admitiu Kiev.
As tropas russas já tomaram mais de meia dúzia de cidades, algumas delas a apenas 40 quilómetros da capital da região, Kharkiv, numa tentativa de reduzir os ataques da artilharia inimiga à região fronteiriça de Belgorod.
O Kremlin também não fez qualquer menção à situação no Ministério da Defesa, onde um alto funcionário foi detido, ontem, por acusações de suborno.
A detenção ocorreu após o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, ter sido demitido do cargo, no Domingo, pelo Presidente Vladimir Putin. O Senado russo vai debater hoje[ontem] a candidatura do economista Andrei Belusov à substituição de Shoigu, embora Moscovo afirme que a mudança não vai afectar a estratégia no campo de batalha.
Devido à situação na linha da frente, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu, ontem, a Blinken o envio de mais dois sistemas de mísseis “Patriot” para defender Kharkiv, a segunda cidade do país.