Li algures, há dias, que nos dias que passam não é aconselhável os filhos assistirem ao Fala Angola ou ao Ecos e Factos ao lado dos pais.
Curioso, tentei perceber as razões. Acrescentava o autor da afirmação que um filho, tendo em conta o nível de criminalidade que hoje se vive, seria constantemente chamado a razão pelos progenitores para que não seguisse o mesmo caminho das dezenas ou centenas de jovens que enveredam para o mundo do crime e outros acabam por perder a vida por causa desta escolha errada.
Diz-se que, quando a situação económica aperta, há, igualmente, a tendência de alguns cidadãos optarem por escolhas erradas em nome da dita sobrevivência, embora se saiba de antemão que poderão existir outras em que de forma honrada se possa encontrar condições para alimentar os filhos, cuidar da saúde, dos estudos e pagar as rendas de casa.
Claro está que na vida real nem sempre é assim. Mas nem com isso as dificuldades acabam por empurrar uma maioria para os caminhos ínvios, optando alguns por acreditar na velha máxima de que depois de tempestade virá sempre a bonança.
Embora se diga constantemente que a questão da segurança está controlada – aliás, é um dos chavões que dá gosto ouvir dos principais dirigentes do Ministério do Interior e altas patentes da Polícia Nacional – o certo é que se vão transmitindo alguns sinais que devem merecer um redobrar das atenções, porque hoje qualquer um dos cidadãos se tornou numa potencial vítima dos furtos, roubos e outros crimes que vão sendo engendrados, alguns deles de forma meticulosa.
Quem vê os programas Fala Angola e Ecos e Factos fica estarrecido com o volume de crimes, as suas especificidades e, sobretudo, com os argumentos daqueles que os cometem quando são expostos à imprensa pela Polícia Nacional.
E aos poucos me vou convencendo que o melhor é redobrar os cuidados, porque cada um de nós se pode ver envolvido em cenas do género, uma vez que os meliantes quase que não escolhem as suas vítimas na ânsia de conseguirem um telemóvel, um carro, ou até mesmo outros bens que lhes possibilite depois ter algum dinheiro.
Quando tive conhecimento da denúncia de uma suposta tentativa de assassinato a um deputado da UNITA, no caso, na província de Malanje, conforme argumentos de muitos cidadãos, pensei para mim se parlamentares estavam imunes aos roubos e outras tropelias que os angolanos comuns sofrem todos os dias das suas vidas? Antes mesmo de qualquer investigação, pelo que me constou, apressadamente se lançou a tese de ter havido uma possibilidade de linchamento político.
Porém, ontem, a Polícia Nacional garantiu que se tratou de uma tentativa de roubo em que um dos visados era um comerciante próximo da zona em que se encontrava o parlamentar.
Trata-se da informação oficial, mas que deve ser melhor reforçada quando forem apresentados os meliantes que fizeram os disparos e se evitarem equívocos apressados.