Vi há dias uma lista dos países em que os níveis de desemprego são mais acentuados no continente africano. À primeira vista tive alguma dúvida, depois de largos anos em que andávamos entre os que se pareciam melhores.
A relação a que tive acesso, tida por muitos como apócrifas, aponta o nosso amado e rico país como sendo um dos piores no continente africano, estando somente abaixo de um único num ranking em que constam mais de 50 países.
Pese embora os exageros que constam destes relatórios, onde os requisitos e meandros acabam sempre por ser discutíveis, ainda assim há um sentimento de que os níveis de desemprego são acentuados.
A cada dia que passa, por incrível que pareça, são vários os jovens que se queixam da ausência de um posto de trabalho. Nos últimos tempos, infelizmente, muito por culpa da dependência que se tinha do sector petrolífero e das autoridades, vendeu-se a vã ilusão de que só se poderia encontrar estabilidade social, económica e financeira estando numa organização pública.
Ainda hoje, por incrível que pareça, há quem ainda se considere, por exemplo, desempregado pelo simples facto de não estar ligado a uma instituição pública. Onde ainda alguns acreditam ser o único espaço que lhes possa garantir segurança social e de outros benefícios de forma errada.
Mas, mais preocupante do que isso será o facto de ainda se observar um certo êxodo dos populares do campo para as cidades, onde uma grande maioria acaba vegetando e vivendo em condições inapropriadas.
Urge, isso sim, aprofundar as razões que ainda contribuem para esta situação, não sendo por nós desconhecido que falta quase ou tudo em muitos pontos do país onde ainda se torna difícil um jovem permanecer se quiser crescer.
As condições climatéricas, políticas e militares levam-nos a acreditar que há espaços suficientes para que se empreenda em vários sectores, tanto nas grandes cidades, como no interior, desde que tenhamos as tarefas básicas resolvidas.
Quais? Quase todos sabemos: energia, água, estrada e demais serviços públicos. Existem em muitos e vão sendo criadas noutros. Só que é preciso acelerar para que se diminua o fosso e se evite o êxodo e, consequentemente, o aumento dos níveis de desemprego sobretudo nas grandes cidades.