A Recredit – Gestão de Activos recuperou 77 mil milhões de Kwanzas até o final de 2023, representando 27% da carteira global adquirida ao Banco de Poupança e Crédito (BPC), que totaliza 288 mil milhões de Kwanzas.
Os resultados apresentados ontem, em Luanda, pela administradora Executiva da Recredit Miriam Ferreira, na apresentação dos resultados de 2023, reflectem um sólido desempenho da empresa, apesar das incertezas macroeconómicas.
Nas receitas arrecadadas, esta lucrou 48,99 mil milhões de Kwanzas em 2023, representando um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. Conforme os dados do relatório, o capital próprio da Recredit também cresceu 23%, sinalizando um fortalecimento financeiro consistente.
A primeira carteira, adquirida pelo valor de 231 mil milhões de Kwanzas, permitiu à Recredit recuperar 4 mil milhões, uma taxa de 2% do investimento.
Já a segunda carteira, adquirida por 57 mil milhões de Kwanzas, gerou uma recuperação de 73 mil milhões, equivalendo a 127% do valor investido.
Miriam Ferreira destacou que, em 2023, a Recredit superou o objectivo estabelecido, recuperando 30,96 mil milhões de Kwanzas, o que corresponde a 118% da meta anual.
A empresa também registou uma rentabilidade do capital próprio (ROE) de aproximadamente 18%, equiparando-se à média dos rácios apresentados pela banca nacional.
Recuperar 28 mil milhões em 2024
Miriam Ferreira mencionou que a Recredit tem como meta para 2024 alcançar a recuperação de 28,50 mil milhões de Kwanzas, tendo sublinhado que a busca pela recuperação do crédito continuará com processos judiciais e negociações com devedores.
O presidente do Conselho de Administração da Recredit, Walter Barros, explicou que a empresa está envolvida em processos judiciais para recuperar crédito de seis grupos empresariais, com três deles já em tribunal, incluindo um processo de insolvência solicitado pela Recredit devido à incapacidade do grupo em honrar com as suas dívidas.
Além disso, Walter Barros destacou que um despacho presidencial autorizou a Recredit a expandir as suas actividades para outros bancos nacionais. Anteriormente, a empresa só estava autorizada a comprar crédito mal parados do BPC.
Agora, acrescentou, a Recredit poderá prestar serviços de recuperação de crédito para toda a banca nacional, ampliando o seu campo de actuação e explorando novas oportunidades de negócio.
O responsável afirmou que a empresa está em negociações com diversos bancos para oferecer os seus serviços, com perspectivas optimistas para fechar acordos em breve.
“Com essas estratégias e o desempenho positivo de 2023, a Recredit está bem posicionada para expandir as suas actividades e desempenhar um papel ainda mais significativo no sector financeiro angolano”, enfatizou.
A Recredit – Gestão de Activos é uma sociedade de direito privado, anónimo e de capitais públicos, em que o seu maior accionista é o Estado angolano, com uma participação de 95% no capital social.
Por via do Despacho Presidencial n.º 133/19, de 22 de Julho, foi autorizado a transformação da Recredit em sociedade pluripessoal anónima, com admissão do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) como novo accionista, tendo uma participação de 5% do capital social.
Por: Francisca Parente