O movimento palestiniano Hamas pediu, nessa Terça-feira (7), aos Estados Unidos e à comunidade internacional que pressionem Israel a interromper a escalada da situação em Rafah. “Apelamos à administração dos EUA e à comunidade internacional para que pressionem a ocupação a interromper, parar esta escalada que ameaça as vidas de centenas de milhares de civis deslocados em Rafah e em toda a Faixa de Gaza”, escreveu o movimento no Telegram.
Na Segunda-feira (6), à noite, as FDI iniciaram uma operação militar na zona oriental de Rafah e agora assumiram o controlo operacional do lado de Gaza da passagem fronteiriça, o único ponto de passagem entre o Egipto e a Faixa de Gaza. Também nessa Terça-feira (7), a ONU informou que teve o seu acesso à passagem negado pelas autoridades israelitas, disse Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU numa conferência de imprensa em Genebra, segundo o jornal The Times of Israel.
“Actualmente não temos qualquer presença física na passagem de Rafah, uma vez que o nosso acesso [… ] foi negado pela Coordenação das Actividades Governamentais nos Territórios de Israel [COGAT] […] as duas principais artérias para levar ajuda a Gaza estão bloqueadas. Fomos informados de que não haverá passagem de pessoal ou mercadorias para dentro ou para fora por enquanto, isso tem um impacto enorme sobre a quantidade de stock que temos.
Há um buffer muito, muito curto de um dia de combustível disponível […]”, disse o portavoz, acrescentando que se não entrar combustível no enclave “seria uma forma muito eficaz de enterrar a operação humanitária”. O Egipto, através do seu Ministério das Relações Exteriores, também alertou, ontem (7), que a operação de Israel na cidade de Rafah ameaça os esforços de cessar-fogo, afirma a mídia.
A acção acontece após o Hamas ter concordado, no dia (6), com as disposições do acordo de cessar-fogo em Gaza proposto pelo Egipto e pelo Qatar, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou o acordo inaceitável, conforme noticiado. Acredita-se que mais de um milhão de pessoas estejam abrigadas na cidade. O Ministério da Saúde de Gaza disse, nessa Terça-feira (7), que pelo menos 34.789 palestinianos foram mortos no enclave. Do lado israelitas, cerca de 1.350 morreram e 250 foram sequestradas.