“A França constata que os canais diplomáticos estão mais uma vez a ser sequestrados para fins de manipução de informação e de intimidação”, pode ler-se num comunicado ontem divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da França.
A Rússia convocou, na Segundafeira, o embaixador francês para denunciar a política “provocatória” de Paris em relação ao conflito na Ucrânia, depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter insistido sobre a possibilidade de enviar para tropas ocidentais para a frente de batalha.
“Se os russos conseguissem romper as linhas da frente, se houvesse um pedido ucraniano — o que não é o caso hoje — deveríamos legitimamente colocar-nos a questão”, admitiu, recentemente, o presidente francês. Macron já tinha provocado polémica, no final de Fevereiro, ao afirmar que o envio de militares ocidentais para solo ucraniano não deveria ser excluído no futuro.
A maioria dos países europeus, bem como os Estados Unidos, rejeitaram essa possibilidade, embora alguns tenham avançado nesse sentido desde então. Na Segunda-feira, a Rússia anunciou a realização de exercícios nucleares com armas nucleares táticas perto da Ucrânia, em reacção ao que considerou serem ameaças feitas por líderes ocidentais, referindo-se à hipótese de enviar soldados da NATO para a Ucrânia.