Cento e sete casos de trabalho infantil foram registados de Janeiro a Março deste ano, pelo Instituto Nacional da Criança (INAC), na província do Zaire, verificando-se um aumento de 30 ocorrências em comparação ao período homólogo de 2023.
Em declarações, ontem, à ANGOP, o chefe do serviço provincial do INAC, Rafael Kidiwa, explicou que este número faz parte de 327 ocorrências diversas notificadas pela sua instituição durante o primeiro trimestre do ano em curso, contra 123 registadas nos três primeiros meses de 2023.
Apontou os municípios de Mbanza Kongo, Soyo e Cuimba como sendo as circunscrições que mais casos de trabalho infantil registaram durante os três primeiros meses, embora sem avançar dados estatísticos. Segundo o responsável, durante o período em análise, foram ainda registados 119 casos de fuga à paternidade , 21 de abandono de infante, 11 de disputa de filhos, 21 de negligência, 24 de gravidez precoce, um de agressão física, oito de abuso sexual e um caso de fuga à maternidade.
Rafael Kidiwa disse que muitas crianças envolvidas no trabalho infantil em alguns municípios da província fazem-no a mando dos próprios progenitores que mandam os seus filhos a comercializar produtos nas ruas, escolas, igrejas e nos mercados.
“É lamentável ver crianças em plena luz do dia a deambular de um lado para o outro com produtos à cabeça, para no final do dia levar comida à casa”, deplorou, frisando que o INAC e parceiros trabalham para desencorajar esse comportamento.
Acrescentou que muitas dessas crianças que vendem produtos na via pública acabam por ser agredidas quer física como sexualmente por malfeitores, tendo em conta os lugares que frequentam. “Temos também recebido apoio da organização-não governamental World Vision na sensibilização das comunidades, através de palestras e outros encontros em locais de maior aglomeração populacional”, explicou.
Falou também da contribuição das redes de protecção de crianças na denúncia de alguns maus tratos de que muitos menores são alvos um pouco por todos os municípios da região. A fonte disse que, actualmente, a província do Zaire dispõe de redes de protecção de crianças nos seis municípios.