Beatriz Alves, que responde pelos crimes acima mencionados em liberdade provisória, ficou presa algum tempo em cumprimento de um mandado de captura emitido em Dezembro de 2021.
No entanto, viu a sua situação carcerária ser alterada alegadamente por falta de provas, depois de o Procurador-Geral da República junto do SIC na Huila que ordenou a sua detenção ter sido substituído.
Depois de ter sido colocada em liberdade, Beatriz Cardoso Alves apareceu no processo, na altura registado sob o n◦0768/2022-C, na qualidade de declarante e ofendida, por supostamente ter sido abusada sexualmente pelos autores do rapto.
A jovem afirmou em tribunal que tal crime foi praticado por António Francisco Fernandes, durante o rapto, porém o mesmo não ficou provado em tribunal. Razão pela qual, António Fernandes e o seu comparsa no crime, Gerson Guerreiro, foram absolvidos do mesmo crime pelo Tribunal da Comarca do Lubango, em 2022.
Este processo-crime foi instaurado pelo Ministério Público no dia em que os dois jovens e mais um amigo foram condenados a 2 e 13 anos respectivamente, por terem praticado os crimes de rapto e sequestro em que foi vítima Cristiano do Porto.
Na ocasião, a procuradora Yolene Cunha requereu que fosse aberto um outro processo-crime contra Beatriz Alves, por haver, no seu entender, fortes indícios de que a tenha sido a autora moral dos dois crimes.
“Em função dos autos e da prova produzida durante as três sessões de audiência de julgamento, há fortes indícios de que a declarante Beatriz venha a ser a autora moral do crime de rapto, contra o ofendido Cristiano. Assim, requero que se extraiam cópias para a abertura de um processo-crime contra a declarante”, disse na ocasião a Procuradora Yolene Cunha.
O pedido foi anuído pelo juiz-presidente da causa, Marcelino Tyamba. No ano passado, Beatriz Alves foi ouvida por especialistas da Secção dos Crimes Organizados do Serviço de Investigação Criminal, a luz do processo-crime n.º 0768- 2022-C, em que a antiga mulher mais bela da província é acusada de ser a autora moral dos crimes de rapto, sequestro e associação criminosa.
Na primeira sessão de audiência em que Beatriz Alves aparece como figura principal do processo, a imprensa foi retirada da sala, tendo sido o julgamento decorrido à porta fechada.
Na ocasião, as autoridades judiciais esclareceram que a medida se deveu ao facto de se ter abordados aspectos ligados à liberdade e à autodeterminação sexual.
No mesmo processo, cuja audiência de julgamento hoje retoma no Tribunal da Comarca do Lubango, está arrolado um oficial afecto aos Serviços Prisionais da Huíla acusado de abuso de poder e obstrução à justiça.
De salientar este caso remonta de 2021, quando um grupo de três supostos marginais que assaltava a mão-armada na via e em residências, na comuna da Arimba, município do Lubango, atacaram o antigo namorado da Miss.
O trio foi condenado em 2022 numa pena de prisão efectiva que varia de 2 a 13 anos, tendo sido colocado em liberdade por habeas corpus em 2023.
Por: João Katombela, na Huíla