O país vai importar 210 mil toneladas de açúcar cristal branco, até ao fim deste ano, para estabilizar o mercado de consumo interno e estimular uma redução significativa no preço, segundo informações avançadas ontem, em Luanda, pelo director nacional da Indústria, Evaristo Baptista.
O responsável explicou que o Ministério da Indústria e Comércio apurou, em Fevereiro último, mais de dez operadores, dos quais três já licenciados, para a importação de 60 mil toneladas de açúcar, por via de um concurso público “leilão invertido”.
Desta quantidade, esclareceu, foram distribuídos, desde Março, 15 mil toneladas que impactaram em 3,53% na redução do preço final do açúcar, até ao momento. As restantes 45 mil toneladas começam a chegar ao país a partir de Junho próximo.
Segundo o director, a par deste facto, decorrem os procedimentos para o licenciamento dos restantes operadores apurados para o processo de importação das 210 mil toneladas, previstas até ao final do ano.
Adiantou, em declarações à Angop, que Angola apresenta uma necessidade de consumo cifrada entre 210 e 244 mil toneladas, por ano, sendo que a produção interna está fixada em cerca de 100 mil toneladas, representando 44% do consumo do país.
Questionado sobre a regularidade na distribuição e os níveis de produção nacional, Evaristo Baptista disse que a meta é fomentar a produção da cana-de-açúcar, no sentido de atingir a auto-suficiência desse produto de amplo consumo, até 2027.
Para o efeito, e no âmbito de um programa definido pelo Governo angolano, referiu que foram identificados, na província de Malanje, 10 mil hectares de terra para o cultivo da cana-de-açúcar, com o objectivo de aumentar significativamente a quota de produção nacional.
Nesta perspectiva, até 2025, será implementada uma fábrica de produção com matéria-prima 100% nacional, com capacidade de refinar três mil toneladas por dia, num investimento privado, de acordo com a fonte.
Ainda neste quadro, o director nacional reiterou que os produtores podem recorrer ao Fundo de Garantias de Crédito (FGC) para o financiamento da produção da cana-de-açúcar.