O desejo foi manifestado pelo vice-governador para os serviços técnicos e infra-estruturas, Agostinho da Silva, ao embaixador da República Popular da China acreditado em Angola, Zhang Bin, no quadro da sua visita de três dias à província de Cabinda para constatar ‘in situ’ o nível de execução dos projectos em construção sob responsabilidade de empresas chinesas.
Para tal, o governo provincial apresentou, através de uma projecção de vídeo e explicações detalhadas, as potencialidades económicas da região nos domínios da agricultura, pecuária, pesca, florestas, produção e transformação da madeira, turismo, indústria e recursos minerais, dentre outras. “Apresentamos as potencialidades que Cabinda tem em vários domínios, de modo a incentivar a embaixada chinesa no nosso país para convidar outros empresários chineses para investirem na nossa província”, salientou
Agostinho da Silva. Na ocasião, o vice-governador apresentou igualmente ao embaixador o projecto da construção de uma nova Estação de Tratamento de Água na localidade de Necuto, município de Buco-Zau. “Pedimos ao embaixador para promover, junto dos empresários chineses, formas de financiamento que possam vir a ala- vancar esse e outros projectos”, explicou.
Em Cabinda, o diplomata visitou o terminal de águas profundas do Caio, um projecto a cargo da empresa chinesa CRBC-China Road and Bridge Corporation, a Estação de Tratamento de Águas de Sassa-Zau e o terminal marítimo de passageiros, obras também construídas por empresas chinesas.
O embaixador Zhang Bin ficou impressionado e satisfeito com o referenciado e mereceu grande atenção dos dois Chefes de Estados, razão pela qual, “quando cheguei a Luanda, depois de dois meses, decidi visitar este projecto para conhecer o seu nível de execução”, esclareceu.
“Este é um projecto de cooperação entre os dois países que está em conformidade com o interesse do povo de Cabinda e também está em conformidade com a estratégia entre Angola e China”, considerou Zhang Bin. O diplomata chinês manifestou profundos agradecimentos ao governo provincial e ao povo de Cabinda pelo apoio firme prestado à empreiteira, o que permite, até ao momento, a implementação do projecto sem sobressaltos.
Áreas de cooperação
O embaixador avançou como possíveis áreas de cooperação entre a província de Cabinda e a China as de agricultura, indústria e recursos minerais, sem descurar, no entanto, a construção de infra-estruturas, uma área bastante privilegiada na cooperação entre Angola e China.
“Na reunião que tivemos, chegamos a consenso com o vice- governador e, na próxima etapa, a parte chinesa acha que a cooperação entre a China e Cabinda deve cingir, em particular, nas áreas de agricultura, indústria e recursos minerais, dentre outros domínios”.
Para o embaixador Zhang Bin, a província de Cabinda é muito forte na produção de bens agrícolas, por isso, ressaltou: “Queremos ver cada vez mais produtos de Cabinda e de Angola no nosso mercado.” O diplomata falou das vantagens sobre a isenção de impostos na exportação de 98% de produtos de alguns países africanos para a China.
“Esta é uma política que a China adopta junto de muitos países africanos, sem pagar a tarifa, o que está a promover a exportação de vários produtos de países africanos para a China”.
O vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Agostinho da Silva, evidenciou com relevância o contributo das empresas chinesas na construção de “projectos de grande envergadura” para promover o desenvolvimento da província de Cabinda. “Ao longo da visita apresentamos algumas das nossas preocupações, principalmente, no domínio da manutenção dessas infra-estruturas que estão a ser construídas”.
A título de exemplo, Agostinho da Silva referenciou a Estação de Tratamento de Águas de Sassa- Zau, cujo acordo de cooperação com a empresa chinesa, que tem dado o seu contributo na manutenção dessa infra-estrutura, deverá terminar em breve.
Embora tenham sido passados conhecimentos técnicos aos trabalhadores nacionais quanto à manutenção, de acordo com o governante, torna-se, às vezes, necessário a presença dessas em- presas para garantir a durabilidade dos equipamentos.
“No âmbito do compromisso de cooperação no domínio da manutenção desses equipamentos, solicitamos ao embaixador que envidasse os esforços com essas empresas para que nos pudesse ajudar no domínio técnico que, muitas vezes, ainda requerem a presença dessas empresas”, concluiu.