Desde o início da guerra em Gaza, em 07 de Outubro, o Hezbollah, pró-iraniano e que afirma agir em apoio do movimento islamita palestiniano Hamas, tem trocado tiros com Israel diariamente na fronteira libanesa-israelita.
Com o passar das semanas, a violência aumentou, com Israel a atacar cada vez mais profunda- mente o território libanês e o Hezbollah a efectuar ataques mais complexos contra posições militares israelitas no norte do país. Em janeiro, a França apresentou ao Líbano e a Israel uma iniciativa para desanuviar o conflito na sua fronteira comum. “Estamos a fazer propostas às autoridades políticas para (…) evitar a guerra no Líbano”, declarou Séjourné durante a sua visita ao quartel-general da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), implantada no sul do país.
“Vou deslocar-me a Beirute para me encontrar com as autoridades políticas para (…) apresentar pro- postas”, acrescentou. “A nossa responsabilidade é atenuar a escalada e esse é também o nosso papel na FINUL. Temos 700 soldados aqui”. O volume das trocas de tiros entre Israel e o Hezbollah “duplicou” desde 13 e 14 de Abril, disse à agência AFP uma fonte diplomática francesa. Séjourné deverá encontrar-se com altos funcionários libaneses durante a tarde, antes de dar uma conferência de imprensa.
Em março, Beirute tinha dado a Paris a sua resposta à iniciativa francesa que, segundo uma outra fonte diplomática, dizia respeito à aplicação da Resolução 1701 da ONU, que prevê o destacamento do exército libanês e das forças de manutenção da paz da ONU sozinhas no sul do Líbano. Najib Mikati, à frente de um Governo demissionário e com poderes reduzidos, indicou na sexta-feira que Paris estava a “rever” a sua iniciativa, que entregaria a Beirute para análise.
Em Paris, Mikati terá prometido ao Presidente francês, Emmanuel Macron, com quem se encontrou em 19 de Abril, que lhe daria uma resposta sobre os diferentes pontos do plano francês. Washington também está a tentar pôr fim à violência e o envia- do americano Amos Hochstein está de visita a Jerusalém.
O Hezbollah indicou em várias ocasiões que só parará os seus ataques se houver um cessar- fogo em Gaza. Em quase sete meses de violência transfronteiriça, pelo me- nos 385 pessoas, incluindo 254 combatentes do Hezbollah e 73 civis, foram mortas no Líbano, de acordo com uma contagem da AFP. Do lado israelita, 20 pessoas foram mortas, segundo o exército.