O aviso vem do presidente da Associação dos Camionistas de Angola (ACA), Sabino da Silva, que admite a possibilidade do aumento dos custos operacionais das empresas de transportes em Angola, fazendo referência ao impacto negativo que a medida trará para o consumidor final.
Chamado a reagir sobre a subida do gasóleo de 135 para 200 kwanzas, uma medida anunciada esta semana, pelo Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo (IRDP), Sabino da Silva entende que o Executivo não devia aumentar o preço do gasóleo sem ajustar as estrutura de custos no mercado.
De acordo com o responsável dos Camionistas de Angola, o Executivo reuniu com as Associações na segunda-feira, 22, no interior do Palácio da Cidade Alta, a fim de se criar estratégias que visam minimizar o impacto da subida do gasóleo, mas que dela não saíram conclusões que satisfaçam a classe.
Sabino da Silva considerou o encontro com o Governo como sendo uma reunião “meramente informativa” afirmando que o evento não foi de concertação e serviu apenas, no seu ver, para o anúncio do aumento do preço do gasóleo. Uma outra preocupação manifestada pelo presidente da Associação dos Camionistas de Angola tem a ver com os custos operacionais das empresas e detentores de camiões particulares, tendo feito alusão de que se um serviço custava 50 mil kwanzas, agora vai custar 100 mil, uma subida na ordem dos 100%.
“É necessário que se ajuste tudo. Nós fomos orientados no sentido de trabalharmos na estrutura de custos, mas o Governo já avançou com a subida do combustível, mesmo assim, estamos a trabalhar na estrutura de custos, quer operacionais, bem como na questão dos salários dos trabalhadores”, disse.
Subida do frete no longo curso
Em resposta à decisão do Governo, a Associação acredita numa possível subida na tarifa dos serviços dos transportes de bens e serviços, pois, do contrário, a situação poderá contrariar o funcionamento normal das empresas. O presidente da ACA afirma que a decisão do Governo vai obrigar a subida dos preços dos principais serviços de transportação de produtos no longo curso e não só, e alerta, por isso, para as consequências que a subida do gasóleo poderá trazer na vida das famílias.
Apesar das inquietações dos camionistas, Sabino da Silva admite abertura de diálogo dada pelo Executivo, tendo avançado que a sua organização está a trabalhar no sentido de se encontrar uma solução do problema. Questionado sobre o que poderá surgir caso não haja resolução por parte da Estrutura Governamental, sem avançar muitos dados, o responsável da ACA limitou-se a dizer que a sua organização tomará uma posição brevemente, aconselhando o Governo a prestar atenção para os eventos subsequentes da subida dos combustíveis.