A actividade, que terá lugar no Arquivo Nacional, em Camama, vai reunir médicos de especialidade de medicina de trabalho, enfermeiros, engenheiros de segurança, gestores de recursos humanos entre outros, para discutirem em torno da saúde ocupacional.
Segundo o presidente das jornadas, João Puaty, a medicina do trabalho em Angola ainda é uma especialidade nova, por isso contabiliza-se apenas 71 médicos, mas é bastante importante porque estes profissionais avaliam a situação de saúde numa determinada instituição, quer seja pública ou privada, neste caso, dos trabalhadores que ali labutam.
“Infelizmente, nas unidades de saúde ainda não se regista este serviço, porque o foco apenas tem sido tratar de doenças que a população leva para o local. Contudo, há necessidade de se tratar também a saúde de quem presta o serviço de saúde”, defende.
Disse ainda que se registam muitas patologias de saúde mental, de quem presta serviço de saúde, por conta da pressão do trabalho. Apesar de a lei obrigar as empresas a terem em conta a saúde no local de trabalho, muitas empresas públicas não prestam este serviço com maior incidência.
O número de especialistas nesta área ainda é muito insignificante, a relevância vai aumentar quando o empregador perceber que é necessário proteger a saúde das pessoas que trabalham, uma vez que se o funcionário não estiver bem de saúde produz menos.
As doenças que mais registam no sector da saúde são as respiratórias crónicas e agudas, tais como a tuberculose, doença musculosas esqueléticas ligadas ao trabalho, doenças pulmonárias e dor do punho, para quem fica muito tempo no escritório. As empresas, segundo o entrevistado, devem submeter os funcionários recém-admitidos aos diferentes tipos de exames nos primeiros 15 dias de trabalho.
As jornadas terão três painéis e duas mesas redondas, onde serão abordados vários temas, dentre os quais ‘‘Símbolo do edifício de doente e alterações climáticas e seu impacto na saúde dos trabalhadores’’.