O secretário-geral das Nações Unidas apelou, ontem, ao Sudão do Sul que tome “medidas urgentes” para fazer os progressos necessários para que as primeiras eleições desde a guerra civil se realizem no final de 2024.
“Tenho a opinião de que as partes devem concentrar-se em tomar medidas urgentes para alcançar o progresso necessário para a realização pacífica de eleições livres, justas e credíveis”, declarou António Guterres, num relatório sobre a situação no país.
Estas eleições, previstas no âmbito de um acordo de paz que pôs fim a cinco anos de guerra civil entre os rivais Salva Kiir e Riek Machar, em 2018, foram adiadas várias vezes.
Os actores políticos e sociais sulsudaneses e os parceiros internacionais continuam cépticos quanto à possibilidade de serem organizadas no novo prazo fixado para Dezembro.
Não existe consenso entre Kiir e Machar sobre a realização destas eleições, nem sobre a natureza do escrutínio ou dos escrutínios a organizar.
A avaliação efectuada pela missão de manutenção da paz da ONU no país (UNMISS, na sigla em inglês) “concluiu que as partes interessadas do Sudão do Sul necessitavam urgentemente de conhecimentos técnicos, jurídicos e operacionais e de assistência para que as eleições se realizassem em Dezembro de 2024, ou mesmo mais tarde”, referiu o secretário-geral.
As “condições prévias essenciais para a realização de eleições” continuam “atrasadas”, acrescentou. O ex-primeiro-ministro português manifestou-se particularmente preocupado com o facto de as partes ainda não terem chegado a acordo sobre o tipo de eleições a organizar e observou que “a realização de múltiplas eleições no mesmo dia a nível local, nacional e estatal [10 no caso do Sudão do Sul] poderia ser perigosa”.