Os líderes da União Europeia (UE) pediram, ontem, “máxima contenção” ao Irão e Israel para evitar uma escalada de tensões no Médio Oriente, condenando “veemente e inequivocamente” o recente ataque iraniano, na primeira cimeira do novo primeiro-ministro português Falando na antevisão do Conselho Europeu extraordinário de dois dias em Bruxelas — que será o primeiro do chefe de Governo português, Luís Montenegro, que tomou posse no início deste mês –, fontes europeias indicaram que o ataque do Irão com ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) e mísseis a Israel no passado fim de semana levou à inclusão na agenda do encontro a discussão sobre a situação no Médio Oriente.
Segundo o mais recente rascunho das conclusões desta cimeira extraordinária, a que a Lusa teve acesso, “o Conselho Europeu apela ao Irão e aos seus representantes para que cessem completamente os seus ataques e insta todas as partes a darem provas da máxima contenção e a absterem-se de qualquer acção que possa aumentar as tensões na região”.
No texto, que terá ainda de ser aprovado, os chefes de Estado e de Governo também “condenam veemente e inequivocamente o ataque iraniano a Israel e reitera a sua total solidariedade para com o povo de Israel e o seu compromisso com a segurança deste país”.
Ao mesmo tempo, será mencionada nas conclusões a crise humanitária na Faixa de Gaza, com os líderes dos 27 da UE a reiterarem “o seu compromisso de colaborar com os parceiros para pôr termo à crise”.
O foco inicial deste Conselho Europeu extraordinário de dois dias seria a competitividade do mercado interno, mas, apesar de o assunto continuar em agenda, a actualidade internacional impôs-se com o recente aumento das tensões entre Teerão e Telavive.
Na Quinta-feira, o segundo e último dia da cimeira extraordinária será então dedicado à economia da UE, com o Conselho Europeu a receber o antigo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, para discutir o relatório por si preparado sobre o mercado interno comunitário e debater como reforçar a competitividade europeia face aos Estados Unidos e à China.
Em cima da mesa está um “novo acordo europeu para a competitividade”, que visa eliminar as barreiras à circulação de bens, serviços e capitais, mobilizar mais investimento público e, sobretudo, privado para evitar que as empresas abandonem a UE e simplificar a burocracia para as empresas, de acordo com o rascunho de conclusões a que a Lusa teve acesso.