A Galeria Tamar Golan, na Fundação Arte e Cultura, Ilha de Luanda, acolhe esta sexta-feira, às 19 horas, a exposição individual “Passo a Passo”, do artista angolano Jelson Tchivela. A mostra, congregando 22 esculturas meticulosamente trabalhadas em madeira de Acácia e Mutuate, tem a curadoria de Xavier Narciso, gestor do referido Espaço, e estará ao dispor do público até 7 de Maio, podendo ser visitada no período das 9 horas e 30 minutos às 16h e 30.
Esta colecção, que permanecerá durante 20 dias naquela galeria, transmite a cada delicado detalhe talhado e precisão no corte um ser possuidor de muita habilidade, paciência e destreza no manuseio das múltiplas ferramentas da arte de talhar e esculpir na madeira.
As obras representam uma jornada artística que culmina nesta exposição imperdível, cuja preparação durou 4 anos, tempo necessário que a beleza, a unicidade e o encanto de cada escultura e obras únicas, o universo da concepção foram ditando desde 2007 até 2024. Jelson Tchivela, o autor da exposição, indagado pelo jornal OPAÍS quanto ao tempo despendido no processo de concepção e execução das obras em referência, referiu que foi o necessário para que tudo se consolidasse na mais perfeita harmonia.
O artista recordou que, durante esse período, houve todo um processo de aprendizagem, crescimento e desenvolvimento de técnicas que reflectem a sua maturidade no trilhar do caminho artístico. Questionado ainda quanto às dificuldades enfrentadas em todo esse processo, Tchivela apontou o factor tempo na condição de trabalhador, profissional e estudante, sobretudo no que o movimento frenético do trânsito da cidade de Luanda diz respeito, não obstante a outras situações de carácter pessoal.
Já no que as fontes de inspiração se referem, realçou que tem como bases a cidade do Lubango, terra natal, onde se encontra o primeiro atelier que lhe deu a oportunidade de ter contacto com as artes plásticas em 2008 junto do seu falecido mestre, Tiago Pedro. O artista realçou ainda que muito antes teve também a oportunidade de conhecer pessoalmente o mestre António Tomás Ana “Etona”, como inspirador, e desde o ano de 2016 nunca mais o largou.
“Também tenho como fonte de inspiração o grande mestre António Tomás Ana “Etona”. Muito antes de o conhecer pessoalmente, e desde o ano de 2016, nunca mais o larguei no que toca aos assuntos sobre arte e aos transversais à mesma”, frisou.
Satisfeito com os resultados, o artista desafiou o público apreciador das artes plásticas a encarar a mesma como o realizar de um sonho que viveu em diversas situações da vida. Disse ainda que o título desta exposição sugere a persistência, resiliência e, acima de tudo, a esperança no “Passo a Passo” de cada ser humano que não mede esforços para ter um mundo cada vez melhor para se viver.
“Sou grato por esta oportunidade que a Galeria Tamar Golan e toda sua equipa me deram, uma vez que não mediram esforços para que esta exposição se tornasse uma realidade apesar dos imprevistos”, destacou. Já no que a área de investigação científica diz respeito, o artista disse contar com todos os membros empenhados da Associação Etonista de Filosofia (AEF), especialmente Januário Kindowa, Valentim Mukanzo, Júlio Azevedo Epalanga e tantos outros.
“Claro que a academia, também ao seu nível, teve e tem tido impactos positivos para as minhas inspirações e, modéstia à parte, dentro deste assunto inspiração, eu Jelson Pascoal Tchivela Matias, também me tenho como fonte desde onde comecei até aos dias de hoje, dentro dos níveis e desníveis do quotidiano”, apontou