Apesar de o presidente da Comissão Executiva da Sonagás, Manuel Barros, ter negado a possibilidade de ruptura de stock no país, em comunicado tornado público, os moradores do Kapalanga continuam a comprar o produto a preços que vão dos 2000 a 3000 kz, ao contrário dos 1300 kz a 1500 kz que anteriormente compravam.
Os constantes atrasos no fornecimento do produto tem sido a principal razão da falta de gás no distrito do Kapalanga e, por conseguinte, da subida dos preços do produto. Tornou-se uma verdadeira dor-de-cabeça para os consumidores ouvidos pelo jornal OPAÍS, que se vêem obrigados a percorrer longas distâncias para obter o gás. Muitos ainda têm que se levantar mais cedo e aturar longas filas nas agências, com a esperança de serem atendidos, o que não tem sido um processo fácil, visto que, alguns acabam por voltar à casa com as garrafas vazias.
Teresa Morais diz estar à procura de gás há uma semana, fazendo o esforço de sair de casa sempre cedo, isto por volta das 5 horas, mas não tem tido sucesso. Assim, não tem opção, senão cozinhar no carvão todos os dias. A entrevistada está entre o grupo de moradores que conversaram com a nossa equipa de reportagem, provenientes doutros bairros do distrito supracitado, e que percorreram mais de dois quilómetros à procura do gás.
“Está quase que impossível conseguir gás, porque os revendedores preferem priorizar os que vêm comprar grandes quantidades, em relação aos que vão levar apenas uma garrafa”, disse. Com o aumento da demanda, os preços sofrem variações por parte dos revendedores, de 2000 a 3000kz, o que faz muitas donas de casa pedirem a intervenção de quem de direito.
De acordo com as informações que nos foram passadas por um agente da Sonagás, que preferiu o anonimato, alguns dos distribuidores não querem revender aos consumidores finais porque sofrem muitos assaltos durante o processo de transportação do produto.