A directora nacional para acção climática e desenvolvimento sustentável do Ministério do Ambiente, Cecília Silva Bernardo, disse que Angola ganha muito, principalmente em termos de capacidade institucional, a favor do ministério que coordena este processo a nível nacional.
“Esse treinamento nos dá, não só técnicas para dar informação, mas, sobretudo, capacidade de solicitar apoio financeiro para acção local, proporcionando- nos, desta forma, mais capacidades técnica, tecnológica e financeira”, disse a responsável.
Segundo ela, é uma matéria que vem tendo espaço na governação dos últimos anos, em que se recebe algumas condições, na medi- da do possível. A acção climática e a sua transversalidade, como é o caso do ambiente, precisa de mais apoio, de crescer no capítulo dos níveis de capacitação, soube o OPAÍS da sua interlocutora, que deixou patente que o seu ministério está, paulatinamente, a conseguir fazer isso.
Cecília Bernardo informou que o seu ministério conta com a envolvência de outros ministérios, como são os casos dos da Energia e Água, Agricultura, dos Petróleos com algumas agências do ramo, e o do Interior, na ´pessoa´ dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros.
O evento conta, igualmente, com outras instituições que são intervenientes no processo climático, ao ponto de sofrerem com a transversalidade da acção climática, porque, segundo ela, quando angola estiver a dar a informação para fora ou estiver a solicitar apoio, deve transmitir uma imagem integrada.
“Quando Angola desenvolve essas acções, não é o Ministério do Ambiente que as implementa, mas a mesma ocorre nos diferentes sectores, ou seja, o ministério coordena, vai com eles bucar o dinheiro e entrega àqueles que fazem a acção. Concluindo, ganha-se capacidade de buscar apoio e de realizar as acções”, realçou Cecília Bernardo.
Quanto aos problemas ambientais pontuais de Angola, a directora nacional para acção climática e desenvolvimento sustentável referiu-se sobre o uso desmedido do plástico e o consumo de energia. “Reconheço que a lâmpada acesa no quintal pode representar segurança, mas não há necessidade de manter as lâmpadas acesas nos compartimentos de que não fazemos uso.
Outra situação preocupante é a dos frascos e sacos plásticos que são descartados de qualquer jeito”, frisou a directora nacional para acção climática e desenvolvimento sustentável, tendo recordado que o material em causa demora anos e anos para se decompor, na natureza.
De acordo com a ambientalista, o lixo produz uma substância química chamada metano, que representa um prejuízo de saúde incalculável, maior do que o do dióxido de carbono emitido por viaturas, geradores e fábricas.
Essas e outras actividades humanas resultam na alteração climática, ao ponto de resultar em muita seca, em algumas regiões, e muita chuva, noutras, que deixam o cidadão comum sem muitas soluções, por se tratar de acções naturais.
7.º Seminário virado para o desenvolvimento
Esta é a 7.ª sessão de treinamento e a mesma visa aumentar as capacidades tendentes ao desenvolvimento de acções que beneficiam o clima. A nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP´s), Cabo-Verde e Moçambique já organizaram o certame. Outros, como a Guiné-Bissau, aproveitaram a presença dos delegados do Núcleo Lusófono, em trabalho, na Europa, para realizarem os seus seminários na Turquia e na Alemanhã.
“Como sabem, existem, a nível das Nações Unidas, a convenção sobre as alterações climáticas e esta permitiu que se criasse um núcleo de países que falam português, para que pudéssemos ter algum apoio mais centralizado em Língua Portuguesa, sobre como os nossos países com muitas dificuldades tinham de fazer para facilitar o entendimento nos relatórios, no âmbito dos compromissos que assumiram com a adopção do Acordo de Paris, relativo ao clima”, informou.