Após constatações feitas pelas comissões provinciais e locais de protecção civil, a Comissão Nacional de Protecção Civil, composta por vários departamentos ministeriais, reuniu-se, ontem, no sentido de elevar o nível de segurança nas zonas adjacentes a barragem da Quiminha.
Da referida reunião orientada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, saiu a orientação para que se façam trabalhos de campo e o devido levantamento dos possíveis danos que a abertura das comportas possa causar a nível local.
Estiveram em análise na reunião de ontem as condições infraestruturais da referida barragem, cujo nível de retenção das águas está agora mais alto, situação que preocupa as autoridades e levou a tomada de medidas para a abertura das suas comportas a fim de se aliviar a sua pressão.
Sem adiantar a data para a referida abertura, o coordenador do secretariado executivo da Comissão Nacional de Protecção Civil, Manuel Lutambi, informou que já estão em curso acções de sensibilização às populações residentes nas zonas adjacentes. O responsável fez saber que, no âmbito da prevenção desses desastres, existem três planos de prevenção, nomeadamente o plano no âmbito estratégico, o plano de contingência e o plano de emergência para situações pontuais e de resposta.
No caso do rio Longa, cujo ponto de estrangulamento é a localidade de Hogiwa, município do Porto Amboim (Cuanza-Sul), apontou como danos a obstrução parcial da Estrada Nacional 100 (EN100), viaturas presas nas correntes das águas e destruição de escolas e algumas residências. Reforçou que as autoridades têm aconselhado os automobilistas a procurar rotas seguras, enquanto as populações próximas são orientadas a abandonar esses locais para a salvaguarda da vida.
Sobre a barragem da Quiminha, explicou que ainda não há danos avultados, excepto o medo que se instaurou, questões emocionais da população e preocupação das autoridades que devem alterar os seus modos operacionais. Avançou que a barragem está a atingir níveis mais altos de retenção das águas, obrigando à definição de uma medida à altura de aliviar a pressão que a estrutura está a sofrer.
“Pode-se abrir as comportas de forma total ou controlada, sem descartar a probabilidade de inundações que colocarão em perigo cerca de 82 hectares de lavras e bairros próximos à barragem”, acrescentou. As duas situações foram causadas pelas intensas chuvas que se registam nos últimos dias. A barragem da Quiminha, cuja construção foi concluída no início de 1975, situa-se no rio Bengo, a cerca de 60 km da cidade de Luanda. Trata-se de uma barragem de terra, com uma altura máxima de cerca de 40 metros e uma capacidade de armazenamento de 1560×106 metros cúbicos.