“Penso que estamos num momento oportuno, mas há outra parte que tem de o aceitar”, declarou Gallant num encontro com soldados, no qual voltou a sublinhar que trazer de volta os reféns é um dever “máximo” para o Governo, noticiou o diário The Times of Israel.
Gallant disse que, dada a forma como a guerra está a decorrer e com base nas “conquistas” do lado israelita, estão dispostos a ser “flexíveis” e a agir com total liberdade, embora tenha reconhecido que têm de ser tomadas “decisões difíceis” para fazer com que todas essas pessoas regressem a casa Ao mesmo tempo, advertiu de que o fim da guerra não depende da libertação dos reféns, uma vez que depois de isso ocorrer, as tropas israelitas continuarão a combater.
“Faremos tudo o que for necessário”, asseverou.
A 07 de Outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 re-féns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, electricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul. A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 185.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 33.200 mortos, quase 76.000 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo