Ao longo dos anos, estes espaços têm como missão promover , conservar , inventariar, documentar, comunicar, valorizar e divulgar a memória colectiva de um povo, para o conhecimento dos cidadãos. O Museu Nacional de Antropologia, localizado no bairro dos Coqueiros, em Luanda, possui um departamento de educação e animação cultural, museologia e coordenação científica, uma biblioteca, entre outros compartimentos que dinamizam esta instituição de utilidade pública.
Diariamente, segundo um dos responsáveis do museu, Jack Tchinde chegam a receber 200 cidadãos, mas, por vezes, dá-se o caso de não terem visitas durante o dia. No corrente mês, o espaço recebeu mil 692 visitantes, dos quais mil 652 de nacionalidade angolana. No caso de visitas de cidadãos estrangeiros acorreram ao espaço 40 turistas que se mostraram curiosos para conhecer o acervo ali existente. O museu abre ao público de segunda-feira à sexta-feira, no período das 09h00 às 15h00.
Os visitantes, no museu, têm acesso a um acervo que retrata as principais actividades do nosso povo, sobretudo das comunidades étnicas rurais, assim como um número significativo de peças originárias de alguns países africanos. As visitas são dominadas maioritariamente por crianças, muitas delas estudantes que vão em grupo para visita guiada, mais em caso de solicitação, explicou, funciona aos finais de semana.
“O visitante ganha ao constatar o museu que, através de sua exposição, desempenha um importante papel para a contribuição da conservação do património, pois constitui uma ferramenta que proporciona ao público o conhecimento e o entendimento sobre esse património natural, assim como a sua importância para a ciência e para a humanidade”, disse Jack Tchinde. Ciente dos benefícios que o museu pode trazer ao país, como para a promoção do turismo, defende a necessidade de investimento na infraestrutura e no quadro do pessoal.
Museu Regional da Huíla preserva acervo de quatro províncias
Na província da Huíla funciona o Museu Regional da Huíla, onde se encontra representada a cultura das populações das quatro províncias do Sul de Angola; Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango, localizado, desde a sua fundação, na cidade do Lubango. No que se refere ao seu funcionamento diário, disse Angelina Sacalumo, Directora do Museu, o espaço realiza diversas tarefas com maior destaque para a recepção de visitas individuais e colectivas que podem ser guiadas ou não.
O número de visitas que acorre ao museu diariamente é variável, rondando entre 520 e 630 visitantes por mês. Maior parte dos visitantes, disse a directora, são crianças entre os 5 e 12 anos, provenientes de escolas públicas e privadas (variando entre 290 a 400). A par destas recebem também estudantes do I e II Ciclos, estudantes universitários, organizações sociais, políticas e religiosas, turistas provenientes de outras províncias e estrangeiros. “Também varia muito; há meses que recebemos mais turistas nacionais e outros mais estrangeiros.
Os estrangeiros na sua maioria são portugueses, brasileiros, e suíços”, contou. Angelina Sacalumo deu a conhecer que a instituição tem procurado realizar acções que visam atrair o maior número de turistas possíveis, como trabalhos de investigação para aumentar o conhecimento que se tem sobre o acervo, capacitação dos funcionários, implementação de projectos educativos, realização de actividades culturais e científicas, entre outras. Referiu que, com essas visitas, o museu cumpre com um dos objectivos que é o de contribuir para a divulgação da cultura e a consequente transmissão da mesma para as novas gerações. Diante dos resultados, considera fundamental a divulgação feita pelos meios de comunicação social como as rádios, televisões e jornais.
“O museu contribui para tornar forte o sector do turismo no país, já que o turismo cultural tem-se notabilizado ultimamente e assim contribuir para a diversificação da economia, pois que, em função do Decreto Executivo 107/20, de 20 de Abril, as visitas aos museus nacionais são pagas e esse valor vai para a Conta Única do Tesouro.
O museu ganha experiência e conhecimento”, enfatizou. Para maior dinamismo deste espaço, o que considera como um desafio, é a necessidade de continuar com os trabalhos de investigação, com o objectivo de trazer novas peças e melhorar o conhecimento sobre as já existentes. Outro ponto, a necessidade de melhorar a estrutura física do museu, pois que, pelo tempo, as fissuras e penetração de água, para além de ser já pequena, tendo em conta o tamanho do acervo que se tem.
Reabilitação do Museu no Uíge
A Nova roupagem do Museu Etnográfico do Uíge é um dos espaços, se não o único, que mereceu de trabalhos de reabilitação profundo, depois de ter ficar encerrado há mais de cinco anos, através das péssimas condições em que se encontrava.
Hoje, com uma nova roupagem, o espaço, segundo constatou OPAÍS, além do acervo e a bibliotecas que ali funcionam, num espaço que começou a funcionar desde os anos de 1878, com a criação da cidade, altura que os colonos instalaram-se nesta província, tem um plano de visita semanal. Localizado no Centro da Cidade, visitam-no com alguma regularidade estudantes dos vários, resultante do trabalho de reabilitação que mereceu.
Além desta franja na província, outras já procuraram conhecer o museu, como contingentes das Forças Armadas Angolana (FAA), da Policia Nacional (PN) e delegações vindas de outras províncias do país, incluindo alguns estrangeiros. O acervo é composto por cerca de 300 artefactos, que representam a cultura bakongo, hungu e kimbundu, os grupos étnicos que há séculos habitam neste território.
Outros espaços em Luanda
-Museu Nacional de História Militar, instalado em 1978. – Museu Nacional de História Natural de Angola, criado em 1938. – Museu Nacional da Escravatura, criada em 1977. – Casa Museu Óscar Ribas, fundado em 1983. – Museu da Moeda, fundado em 2016.
Museus noutras províncias
– Museu do Dundo, na Lunda Norte, fundado em 1936, possui uma colecção etnográfica da área geográfica dos lundas, bem como dos povos vizinhos, predominando objectos do grupo étnico cokwe. – Museu Regional do Huambo, foi criado em 1948 para preservar e dar a conhecer os usos e costumes dos povos que antigamente viveram nas províncias do Bié e do Cuando Cubango. – Museu Nacional de Arqueologia, na província de Benguela. – Museu dos Reis do Congo, no Zaire. -Museu da Tentativa, em Caxito.