O governador de Benguela, Luís Nunes, visitou um projecto que apresenta, actualmente, uma série de insuficiências técnicas que vão, em certa medida, preocupando uma boa parte de moradores, obrigados a realizar regularmente obras nos imóveis. À época, o projecto imobiliário, propriedade do Ministério da Juventude e Desporto, tinha sido financiado pelo Banco de Poupança e Crédito.
Dos moradores, na manhã de terça-feira, 02, o governante ouviu lamentações e clamam para uma inversão do estado de coisas o mais rapidamente possível. Quando foi inaugurado pelo então ministro da Juventude e Desporto, Gonçalves Muandumba, em 2011, a sociedade civil e moradores advertiram para os perigos decorrentes de inauguração de obras inacabadas e com deficiências técnicas à mistura.
Os moradores afirmaram que as casas, feitas de esferovite com camadas de betume, hoje, representam uma espécie de atentado contra as suas vidas e, por isso, pedem ao Governo Provincial de Benguela uma intervenção urgente, de modo a prevenir-se de males maiores.
“Nós somos obrigados a fazer obras quase sempre”, lamentou uma moradora, momentos depois de ter apresentado ao governador as principais dificuldades em que despontam também problemas relativos aos acessos, insuficiência na distribuição de água e falta de energia.
O projecto imobiliário previa a entrega de mais de 100 casas mobiladas, mas apenas 10 residências chegaram a ser contempladas. Neste particular, os moradores reclamam o facto de estarem a pagar mobílias sem as terem usadas, não obstante, os contratos rezarem que ao Governo cabia a entrega de casas mobiliadas.
Ao governador os moradores pediram auxílio para que, junto do banco, se possa encontrar um meio-termo para se resolver o problema, até porque já existia uma orientação da ministra das Finanças neste sentido a que, conforme sustentam, ninguém – até aqui – faz caso. “Nós, neste momento, sofremos descontos de 26 mil kwanzas mensalmente. Mas, neste valor, segundo o contrato, devia estar incluso as mobílias.
Até aqui não nos dizem nada e nós não entendemos, por isso estamos mesmo a pedir o auxílio do senhor governador”, explicou-se a dona Dalva Cachito, da coordenação do projecto, temendo desabamento da sua casa, sustentado com o cenário de, um dia antes de Luís Nunes ter lá estado, o tecto da sua casa ter cedido, apontando as insuficiências técnicas como estando na base.
O governador vincou a ideia de injustiça social por os moradores estarem a pagar aquilo de que não se está a usufruir, daí que, no local, tenha orientado o seu gabinete para agendar um encontro urgente com a direcção do Banco de Poupança e Crédito para repor aquilo a que os moradores descrevem como “a justiça ser feita”. O governante esteve no interior de uma das casas para ter noção do drama por que as famílias estão a passar.
Delas recebeu, igualmente, preocupações relativas ao fornecimento de energia e água, ao que se juntaram as vias de acesso ao conhecido «condomínio da juventude», projecto inserido nas políticas habitacionais do Executivo de apoio a essa camada social em Benguela, que teve como entidade distribuidora, em 2011, o Conselho Provincial da Juventude. “Se eu disser que vou resolver os problemas todos, vou estar a aldrabar.
Mas, a questão da luz, água e as vias de acesso vamos dar um toque”, assegurou o governador provincial, o homem que diz não prometer aquilo que não seja capaz de fazer. Em declarações à imprensa, o governador provincial de Benguela, Luís Nunes, reconhece a necessidade de trabalho de fundo àquele património do Estado, mas diz ser, para já, para o Governo recuperar os imóveis e remete para os proprietários. “Nós vamos apoiar aquilo que podermos apoiar. Na recuperação do património isso é impossível, mas são particulares, as pessoas é que têm que fazer tudo por tudo para recuperar. Outros serviços – energia, água e os acessos – nós vamos tratar disso”, promete.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela