O investimento angolano no exterior reduziu 3,5 mil milhões de dólares americanos (USD) até ao 3.º trimestre de 2023, ao sair de 34,9 para 31,4 mil milhões, segundo o mais recente relatório do Centro de Estudo e Investigação Económica da Universidade Lusíadas (CINVESTEC). A diminuição dos saldos monetários no exterior representa uma redução de 9,9%.
Este percentual, que não inclui as reservas do Banco Nacional de Angola (BNA), resulta da descida de 2,2 mil milhões em moeda e depósitos e de 1,2 mil milhões no crédito comercial. Os saldos monetários externos e o crédito comercial continuam a ser os dois maiores investimentos externos, com 15,4 e 8,7 mil milhões de USD, respectivamente.
Conforme os dados do BNA, o investimento angolano no exterior, no 1.º primeiro trimestre do ano em referência, passou de 34,8 para 33,4 mil milhões de USD, reduzindo assim 1,4 mil milhões (4,2%). Esta redução de 1,5 mil milhões (4,2%) foi atribuída, principalmente, à diminuição no crédito comercial, que representou 1,1 mil milhões, além de 0,5 mil milhões em depósitos.
A queda marca uma mudança em relação aos trimestres anteriores, onde o Banco Nacional de Angola (BNA) havia reportado aumentos substanciais no Investimento Directo Estrangeiro (IDE). No sentido inverso, o investimento estrangeiro em Angola desceu 9,5%, de 71,7 para USD 68,2 mil milhões (coincidentemente -3,5 mil milhões de USD), devido, essencialmente, à rubrica de empréstimos, que apresenta uma redução muito próxima dos 2,7 mil milhões.
Desde 2017 até ao 3.º trimestre de 2023, o investimento estrangeiro em Angola apresenta reduziu -56%, ao sair de 29,4 para 12,9 mil milhões, com o valor dos empréstimos externos a estagnarem em 48,0 mil milhões. Nos últimos seis anos os Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI) subiram de 0,4 para 1,3 mil milhões, graças ao apoio de mil milhões de dólares em meados de 2022. Neste período, também diminuiu a moeda e depósitos 2,3 para 0,6 mil milhões (-73%).