A China afirmou, ontem, que os Estados Unidos “não fazem parte” da questão do Mar do Sul da China e, por conseguinte, “não têm o direito de intervir” nas disputas marítimas entre Pequim e Manila
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a cooperação militar entre os EUA e as Filipinas “não deve prejudicar a soberania e os direitos marítimos da China” e “não deve apoiar reivindicações ilegais”.
Lin reagiu, assim, às afirmações do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que afirmou, ontem, em Manila, que os Estados Unidos vão defender ataques a navios filipinos “em qualquer parte” do Mar do Sul da China, no meio de tensões crescentes entre Pequim e Manila sobre a soberania do território nessas águas.
O porta-voz sublinhou que a China “continuará a tomar as medidas necessárias para defender, firmemente, a sua soberania territorial e os seus direitos marítimos”, bem como “manter a paz e a estabilidade” no Mar do Sul da China.
Há meses que as Filipinas e a China se acusam, mutuamente, de pequenos embates e incidentes entre navios – por vezes da guarda costeira – de ambos os países em águas próximas dos territórios que ambos reivindicam, incluindo no arquipélago de Spratly, no Mar do Sul da China.
Até à data, nenhum destes incidentes accionou o tratado de defesa mútua entre os EUA e as Filipinas.
O Governo chinês reivindica a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma via fundamental para o comércio mundial em recursos energéticos, por “razões históricas”. Pequim também disputa territórios com a Malásia, Vietname, Taiwan e Brunei.