As escolas e creches estão entre os locais classificados pelos especialistas como epicentros de transmissão desta doença. Em Luanda, as direcções das escolas têm orientado os alunos infectados a regressarem à casa e se dirigirem a uma unidade hospitalar mais próxima, como medidas de precaucão para evitar o contágio
A equipa de reportagem do jornal OPAÍS percorreu por algumas escolas dos municípios de Viana, Talatona e Cazenga bem como do distrito urbano da Samba para constatar a forma como os professores estão a lidar com estes casos. Na escola do Ensino Primário 5001, Fidel de Castro, em Viana, a subdirectora Celeste Tavares garantiu que os alunos têm sido orientados, ao longo da parada, a regressarem à casa, caso alguém tenha um problema nos olhos. Por vezes, tais situações têm sido detectadas durante as vistorias e convocou os encarregados de educação para explicar a importância de levarem o doente ao hospital.
“Na semana passada ti- vemos dois casos de conjuntivite, esta semana seis casos, incluindo uma auxiliar de limpeza que também pedi que fosse ao hospital”, disse. A gestora desta escola, que tem 1.366 alunos, frequentando da iniciação a 6.ª classe, repartidos em 12 salas de aulas, nos três turnos, garante que estão a apertar o cerco, no que os métodos de prevenção dizem respeito. Já no município de Talatona, o coordenador municipal da disciplina de matemática, João Silvestre, disse que apesar de registarem em duas semanas 20 casos de conjuntivite na escola do II ciclo Pedro Maria Tonha “Pedalé”, onde lecciona, a situação está sob controlo.
Trata-se de uma escola que conta com 13 salas de aulas e um total de aproximadamente 2000 alunos, lecciona nos períodos da manhã, tarde e noite. Já Luciano Lussate, coordenador-adjunto do Complexo Escolar 3.049, no município do Cazenga, afirmou que tem alguns alunos infectados com conjuntivite que estão em casa, neste momento, a cumprir com as orientações médicas. “Estamos com um total de dez alunos com caso de conjuntivite”, esclareceu.
Por sua vez, a directora da Escola do Ensino Primário 1.009, no município da Samba, Maria de Sousa, disse que a instituição tem feito um combate cerrado no combate às várias doenças, em que também faz parte a conjuntivite e a cólera. Contou que nos matutinos diários tem procurado alertar os alunos e em reuniões com encarregados de educação sobre as medidas de prevenção. “E não se registou nenhum caso aqui na nossa escola de conjuntivite”, assegurou.