Os resultados prováveis do encontro entre os presidentes Lourenço e Xi Jinping definirão o rumo das relações entre Angola e China.
Num cenário provável de vantagens mútuas: 1) cooperação em novas áreas; 2) alívio da dívida, estimada em 18.410,2 milhões de dólares, correspondendo a 37,27% da dívida pública externa de Angola, com um pagamento anual de cerca de 7 mil milhões USD em juros; 3) novas linhas de financiamento para projetos estruturantes na agenda de construção de Angola; 4) atração de novos investidores.
Isso sinalizará um reforço nas relações entre os dois Estados. Se este cenário se confirmar, será correto afirmar que Angola não é uma zona de influência de nenhuma grande potência, mas sim uma zona de confluência das grandes potências.
Parafraseando as palavras do Ministro Téte António, na conferência de imprensa conjunta com o secretário norte-americano Antony Blinken, “(…)Penso que é errado quando a nossa interpretação do desenvolvimento de parcerias cai na tentação de sair para eu entrar.
Porque politicamente pode ser mal interpretado, é como se o parceiro que vamos ter tem de ser dominado por alguém, enquanto que o mundo vive de complementariedade e essa complementariedade tem vários níveis de desenvolvimento (…)”.
O (re)posicionamento de Angola no cenário internacional exige que o chefe de Estado adopte uma “diplomacia de jogo de cintura”, que é crucial para definir o curso futuro de Angola com as grandes potências globais, evitando irritantes diplomáticos e salvaguardar simultaneamente os interesses nacionais, tanto permanentes quanto circunstanciais.
A nota de imprensa da Presidência da República de Angola denuncia as áreas em que serão assinados novos acordos, como Energia e Águas, Transportes, Agricultura, Finanças e Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Essa viagem pode ser encarada também como uma “visita para acautelar o futuro” num cenário em que o ex-presidente Donald Trump regresse à Casa Branca, e as relações entre os dois Estados possam mudar, considerando que o primeiro mandato de Trump não colocou a África na agenda da política externa americana.
UMA PERGUNTA QUE NÃO QUER SE CALAR, O QUE OS CHINESES QUERERÃO EM TROCA DEPOIS DO EPISÓDIO DO CORREDOR DO LOBITO?
Na próxima sexta-feira, 15 de março, será publicado no Jornal 🗞️ de Angola o meu novo artigo de opinião, com o título “Encontro entre os Presidentes Lourenço e Xi: Quais os segredos por trás da agenda?”
Por: OSVALDO MBOCO