As províncias de Luanda, Benguela, Lubango, Namibe, Zaire e Malanje vão acolher a estreia do filme intitulado “Kambas”, às 15 horas, em simultâneo, dirigido pela produtora Iracelma Cabral, nas salas do Cinemax, entre outros espaços, para apreciação dos amantes do cinema nacional
A estreia a nível nacional, disse a produtora do filme, Iracelma Cabral, tem como foco a descentralização dos eventos na cidade capital, a fim de permitir que os actores, produtores, realizadores nestas localidades tenham contacto com o mesmo, pois muitos auguram apreciar as produções feitas em Luanda.
“Normalmente, quando temos algum produto cinematográfico, só pensamos em Luanda. Algumas vezes temos medo de ir ao interior do país, ou só pensamos em algum dia levar, mas pode ou não chegar lá.
E nós fizemos essa tentativa, por isso é que é uma estreia nacional, é algo que vai acontecer ao mesmo tempo”, explicou expectante. O filme de autoria do jornalista e produtor Simão Costa retrata a relevância de uma amizade verdadeira. Tem como foco a história de dois amigos, com uma amizade longa e duradoura.
Fred, que é um dos personagens principais, solicita ao amigo Kwenda ajuda para acudir a sua mãe que se encontra doente.
Por sua vez, o amigo não mediu esforço diante desta situação do pedido do amigo e o ajuda, cedendo o dinheiro de que precisava, uma vez que ele não trabalha e tinha outras dívidas por pagar.
Depois desta conduta, a história ganha outros contornos que serão narrados durante a sua exibição. Iracelma Cabral conta que o filme, editado na França, começou a ser produzido em Março do 2022, gravado em Luanda, e teve como set de filmagem a Cerâmica da Samba.
Uma outra locação foi na Gamek à Direita e no Camama, onde os trabalhos foram desenvolvidos durante um mês, uma produção que já mereceu destaque no Brasil, no Festival de Cinema.
“Pela primeira vez vamos estrear o filme aqui em Angola, mas ele já estreou no Brasil, no Festival de Cinema. Todo o filme foi gravado em um mês, em Março, aqui em Luanda.
Começamos e fechamos, graças a Deus conseguimos fechar e correu tudo segundo as expectativas”, explicou.
A produtora do filme disse ainda que, por formas a dar outra dinâmica no filme, foi feito montagem de algumas imagens da cidade capital, feitas nos vários dias de gravação, para fazer o preenchimento da película de outras localidades, através do processo de montagem.
Um trabalho que acredita fazer parte do cinema angolano, pela sua elevada produção e também por retratar factos que ocorrem no dia-a-dia de muitos cidadãos.
A estreia da película a nível nacional observa-se ainda como um facto inédito.
Processo de produção Nesta jornada, como tem sido recorrente a nível da classe, a falta de patrocínio é uma das principais barreiras.
Iracelma refere que por falta de financiamento tiveram de fazer o filme com meios próprios, evidenciar esforços financeiros para tratar da maquiagem, alimentação para os actores, o transporte, a própria locação, o que representou grande dificuldade para a equipa.
Realça que, apesar destas situações, houve boas parcerias que resultaram na troca de equipamentos e auxílio para o momento de gravação.
“Nós não conseguimos patrocínio, é uma realidade bem nua e crua no nosso cinema: ainda temos muitas dificuldades em encontrarmos patrocinadores, por conta de vários erros já cometidos pelos nossos colegas e não só.
Então, alguns empresários ainda ficam com receio de acreditar em nós, em financiarem os nossos projetos”, explicou.