Uma equipa de peritos do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) procedeu, na manhã de ontem, na cidade do Lubango, capital da Huíla, à detenção de um casal com idades compreendidas entre os 32 e 37 anos, por terem agredido à pedrada um menor de 13 anos de idade no bairro da Lalula, no passado dia 17 de Fevereiro
A agressão ocorreu no pretérito dia 17 do Fevereiro no interior da residência em que o casal vivia com o menino, enteado da agressora, sita no bairro da Lalula. Avelino Songue, de 37 anos, surpreendeu a esposa no momento em que se encontrava a espancar o seu filho com recurso a um instrumento contundente (pedra).
Na ocasião, o jovem se pôs a filmar o seu filho (fruto do seu primeiro relacionamento) a ser espancado pela madrasta, sua esposa. Entretanto, passados alguns dias desde a ocorrência, o vídeo foi parar às redes sociais e serviu para alertar as autoridades sobre tal crime.
Razão pela qual, uma equipa de especialistas do DIIP do Comando Provincial da Polícia Nacional na Huíla, liderada pelo superintendente Pedro Cassoma, entrou em ‘campo’ e localizou o casal e procedeu à sua detenção. “A Polícia na Huíla fez tais diligências, porque o vídeo em si acabou por ser uma denúncia pública, uma vez que, em princípio, tratava-se de um crime de violência doméstica e determinou que a agressora é madrasta do menor e que a filmagem foi feita pelo pai do menor”, detalhou o oficial, ontem, quando procedia à apresentação pública dos supostos agressores.
Pedro Cassoma explicou à imprensa que a detenção foi possível mediante o cumprimento de um mandado de detenção emitido na última Segunda-feira pelo pro- curador junto do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais. “A detenção ocorreu depois de a Polícia na Huíla ter visto algum vídeo que viralizou nas redes sociais, no qual aparece uma cidadã a agredir um menor com uma pedra e também havia um outro menor exactamente a tentar acudir, e gritava desesperadamente”, frisou.
Por outro lado, o Chefe do DIIP local garantiu que o casal já foi presente ao Ministério Público que, por sua vez, encaminhou, ainda ontem, a um juiz de garantias para decidir se o crime é passível da aplicação de que tipo de medida de coacção. Em declarações à imprensa, Avelino Songue, o pai do menor, alegou que a intenção de gravar o vídeo foi de produzir prova para ser apresentada à família, numa reunião em que seria abordado sobre o ambiente de conflito que se instalou em casa entre a sua mulher (madrasta) e o seu filho (enteado desta). “O filho foi questionado pela mãe por uma situação que ocorreu lá em casa, ele respondeu de uma forma menos educada, e a mãe não gostou disso.
Ela voltou a questionar novamente e ele respondeu da mesma forma”, frisou. Segundo Avelino Songue, a mãe decidiu tirar satisfação e o adolescente a afrontou, manifestando a intenção de lutar com ela. Daí eles agarram-se e foram ao chão. “Quando cheguei próximo, o que me ocorreu foi filmar o facto para que eu pudesse depois justificar diante dos familiares mais próximos sobre o que tem estado a acontecer”, frisou.
Por outro lado, o pai do menor assegura que as agressões ao seu filho pela madrasta não têm sido frequentes. No entanto, a relação entre os dois não é das mais saudáveis, como se espera para qual- quer família. “Se pudéssemos voltar, teríamos agido de outra forma. Por isso, o sentimento que tenho agora é de tristeza e de arrependimento, pelo que peço as minhas sinceras desculpas às pessoas que visualizaram o vídeo nas redes sociais”, declarou. Por seu turno, a madrasta do menor disse que tudo começou quando em casa desapareciam certos objectos, como varões. Confirmou que quando tenta questionar o menor sobre o facto, este fica chateado e se revolta consigo.
“Eu tentei aproximar-me dele para repudiar e, em resposta, deu- me uma chapada da cara. Aí só sei que fiquei chateada e agarrei nele, conforme aparece no vídeo”, frisou. Acrescentou de segui- da que “quando ele caiu a única coisa que apareceu foram pedras e, naquele momento, foi quando apanhei e lhe bati na cabeça. Não foi algo que foi premeditado por mim, só pensei que naquele momento eu estivesse a reeducar”.
POR:João Katombela, na Huíla