As autoridadessanitárias estiveram, esse domingo, em diversas igrejas cristãs no município do Huambo para definirem uma “frente comum” capaz de impedir eventuais casos de cólera, soube a ANGOP
Trata-se de doze equipas do sector da Saúde, que se deslocaram para 36 templos religiosos, com realce para os das igrejas Católica, Evangélica Congregacional em Angola (IECA), Metodista Unida e Tocoísta, com o objectivo de juntos traçarem um plano de intervenção comunitária. A iniciativa visa, igualmente, manter a população em alerta sobre eventuais casos de cólera nas comunidades, tanto urbanas quanto rurais.
Na ocasião, o director da Saúde do município do Huambo, Miguel Balaca, disse que as autoridades sanitárias pretendem envolver, cada vez mais, a igreja na prevenção da doença, com a previsão de sensibilizar mais de 2 mil cidadãos.
Com estas acções, acrescentou, pretende-se colocar as igrejas nos programas preventivos contra a cólera, para que maior parte da população esteja mais envolvida neste processo, numa altura em que o Governo dinamiza o corredor do Lobito para o fomento económico.
Explicou que o Corredor do Lobito liga Angola, sobretudo, as províncias do Benguela, Huambo, Bié e Moxico, aos países africanos assolados pelo surto da cólera, como as repúblicas Democrática do Congo e da Zâmbia.
Disse que o próximo passo será manter o contacto com as autoridades tradicionais, a comunidade estudantil e os camponeses.
Por sua vez, o pastor Adelino Timóteo Mateus, da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA), enalteceu os esforços das autoridades sanitárias na prevenção contra a cólera e prometeu envolver os fiéis na multiplicação dos cuidados primários, orientados para travar o alastramento da doença.
O catequista Hilário Canganjo, da Igreja Católica, prometeu disseminar os métodos preventivos contra a cólera, após aprender os cuidados primários fundamentais e as técnicas básicas de tratamento da doença, caso haja pessoas contaminadas.
Maria da Conceição, leiga da Igreja Católica, disse que os fiéis agora estão mais mobilizados e vão ajudar a prevenir eventuais casos de cólera, com o fomento dos programas de saneamento básico nas comunidades, para além da higienização constante das mãos.
Recorde-se que os últimos casos de cólera ocorreram em 2014, com um registo de 134 casos, nove óbitos e uma taxa de letalidade fixada na ordem de sete por cento, que atingiram os bairros de Benfica, Macolocolo, São Pedro, Rua do Comércio e o Canhe, nos arredores e na periferia da cidade do Huambo.
O sistema de saúde do município do Huambo está constituído por 65 unidades sanitárias, todas elas preparadas para atender eventuais casos de cólera.