Em Dezembro do ano passado, o governo federal anunciou que o Brasil enviaria 150 purificadores de água para a Faixa de Gaza. Ao todo, cada equipamento enviado tem capacidade de purificar até 5 mil litros de água por dia.
No entanto, o governo israelita bloqueou parte da ajuda humanitária brasileira. Segundo o Itamaraty, que confirmou a informação ao jornal O Globo, as autoridades israelitas alegam motivo de segurança. Isso porque placas solares foram acopladas aos purificadores, para que os equipamentos possam funcionar.
O uso das placas “para outros fins” foi a justificativa. A retenção da carga brasileira foi noticiada pelo deputado italiano Ângelo Bonelli, do partido Europa Verde.
Bonelli, que está na região, disse nas suas redes sociais que 400 pacotes estavam na passagem de Rafah, dos quais 30 foram enviados pelo Brasil.
No entanto, diplomatas ouvidos pela mídia não analisaram o impedimento posto por Israel como consequência da recente crise diplomática entre os dois países.
A avaliação foi que esse tipo de procedimento de segurança é adoptado com frequência no ingresso de alimentos, remédios e outros itens como ajuda humanitária às pessoas que se encontram na Faixa de Gaza. Segundo o deputado italiano, camiões de ajuda humanitária entram aos poucos.
“De 1.500 a 2.000 camiões aguardam até 30 dias para receber o sinal verde israelita. As crianças começam a morrer de fome. É um horror que deve ser interrompido”, afirmou Bonelli. Pelo menos 30.717 palestinianos foram mortos e 72.156 feridos em ataques israelitas em Gaza desde 7 de Outubro.
O número de mortos em Israel é de cerca de 1.300 e 250 sequestrados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ao bloqueio e afirmou que a população da Faixa de Gaza tem sido impedida de receber ajuda humanitária.
Segundo Lula, diante do conflito de israelitas com o Hamas, “mais de 30 toneladas” de alimentos deixaram de ser enviados para a região.